17/03/11 14h51

Após recorde, Cummins planeja nova fábrica

Valor Econômico

A Cummins do Brasil bateu recorde de produção de motores em 2010. No ano passado, foram fabricadas 96 mil unidades, 57% a mais em relação ao total de 2009 e 11,6% superior a 2008, ano considerado o melhor da história para a indústria automobilística. A empresa manteve a liderança no fornecimento de motores de caminhões, no setor de construção civil, agrícola, marítimo e de mineração. Com a expectativa de que o ritmo de produção se mantenha forte, a companhia já estuda um local para a instalação de uma segunda fábrica no Brasil. A nova unidade deve começar a produzir a partir de 2013, com previsão de que fique pronta em 2020, quando deverá dobrar a capacidade da empresa. "Estamos tranquilos para atender as encomendas futuras, mas estudamos locais e os investimentos necessários para essa segunda fábrica", conta o vice-presidente da Cummins América Latina, Luis Afonso Pasquotto.

Para este ano, a projeção do executivo é de que sejam produzidos cerca de 106 mil motores, 10% a mais que em 2010. Atualmente, a capacidade produtiva da fábrica de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, a única da empresa no Brasil, é em torno de 113 mil unidades. No mercado latino-americano, excluindo o México, a multinacional faturou US$ 1,3 bilhão no ano passado, número que se iguala ao resultado recorde de 2008. Em relação a 2009, ainda no auge da crise financeira, houve avanço de 36%. A projeção é de que, até 2014, o faturamento alcance US$ 2,2 bilhões na região.

Enquanto a nova unidade ainda é um projeto, a empresa prevê inaugurar, no último trimestre deste ano, uma fábrica de catalisadores, que ficará nas instalações atuais, em Guarulhos. O negócio de motores respondeu por cerca de 65% das receitas na América Latina no ano passado, seguido de distribuição (18%), geradores de energia (10%) e componentes (7%). Mas a tendência é de que as vendas de geradores de energia ganhe espaço nos próximos três anos, acompanhando uma tendência vista na matriz da Cummins, em que esse segmento tem participação de 20% das receitas da multinacional. Esse mercado é estratégico nos resultados do grupo, pois os geradores de energia possuem maior valor agregado.

No ano passado, a participação de mercado da unidade brasileira da Cummins Power Generation foi de aproximadamente 35%, considerando a venda de motores para outras montadoras e grupos geradores. As empresas de locação tiveram participação de 40% nas vendas no período. "Tivemos uma forte participação em projetos com grupos geradores de alta potência, especialmente para empresas de rental (locação) e usinas termelétricas", diz o diretor da Cummins Power Generation para Brasil e Cone Sul, Fausto Ferrari. Outro mercado chave para a empresa passou a ser o de data centers.

Para 2011, a Cummins prevê investimentos da ordem de R$ 40 milhões (US$ 23,5 milhões), que serão prioritariamente destinados para a área de novos produtos e tecnologias. No ano passado, a companhia inaugurou no país um laboratório para testes de motores e capacitação de engenheiros. A participação da América Latina no resultado da multinacional, que é uma das maiores fabricantes independentes de motores do mundo, vem crescendo e alcançou 10% em 2010. A Cummins registrou, no ano passado, faturamento global de US$ 13,2 bilhões, 23% superior à receita bruta de 2009.