29/06/23 14h45

Após R$ 150 Milhões Eletra coloca em operação fábrica de ônibus elétrico em São Paulo

BVMI

A equipe InduXdata Field validou na manhã desta quinta-feira (29/06/23), a entrada em operação, de todas das linhas produtivas da nova fábrica de ônibus elétrico em São Paulo da Eletra Industrial.

O projeto para a construção desta nova fábrica, foi validado pela equipe InduXdata no último trimestre de 2021, e entregue pelo Manager a nossos clientes ativos, que participaram de forma direta em todas as etapas de mais este investimento industrial concluído.

A localização escolhida pela companhia foi um prédio industrial que, no passado, foi a sede da Conexel e Weidmüller do Brasil, passou por um processo completo de retrofit e agora está concluída em uma área total de 27 mil m².

O projeto industrial recebeu parte dos R$ 150 Milhões do plano de investimentos da Eletra, que tem como meta tornar-se a maior fabricante brasileira de veículos de transporte elétricos.

Investimento em Retrofit Industrial

O projeto de retrofit industrial transformou o prédio em uma fábrica moderna, onde a Eletra recebe os chassis, fabricados por Mercedes-Benz e Scania, e instala o sistema elétrico fornecido pela WEG, formado por motor elétrico, inversor e baterias.

De lá o chassi vai para a fábrica da Caio Induscar em Botucatu, SP, onde é encarroçado para, finalmente, ser entregue ao cliente.

Todo o processo é feito no Brasil, por empresas aqui instaladas.

De acordo com Milena Romano, presidente da Eletra, a empresa é um exemplo de neoindustrialização:

“A Eletra tem engenharia nacional e fornece produtos para um transporte limpo e sustentável, com foco na descarbonização, e com toda a cadeia formada por empresas brasileiras”.

A linha da Eletra é composta por seis modelos, todos urbanos. Variam de 10 m a 21 m articulado e há, também, opção para operações em vias segregadas em BRT, com um sistema que recarrega a bateria durante o trajeto.

A fábrica, de três pavimentos, tem capacidade para produzir 1,8 mil ônibus/ano, com potencial para, com a adição de um turno, subir em 50% o volume.

Também lá são feitos os retrofit de caminhões, em que o motor diesel é substituído por um sistema de propulsão elétrica.

Eletra e ônibus elétrico

O BVMI confirmou que, embora tenha sido fundada em 1999, a empresa tem uma ligação bem mais antiga com a produção de veículos elétricos.

A primeira equipe de engenharia da Eletra era composta pelos responsáveis pelo plano de renovação tecnológica da extinta CMTC (Companhia Municipal Transporte Coletivo de São Paulo), nos anos 1980, que projetaram e produziram 400 trólebus.

Na avaliação de Iêda Oliveira, diretora executiva da companhia, com a nova fábrica, a Eletra estará em condição de atender imediatamente à crescente demanda por ônibus elétricos dos vários municípios que aprovaram leis e programas de troca das frotas a diesel por frotas de baixa emissão.

Além disso, a ampliação da área produtiva permitirá também expandir os serviços do e-Retrofit Eletra, serviço criado em 2018, voltado à conversão de caminhões a diesel em veículos elétricos e híbridos.

Embora tenha como principal objetivo o mercado brasileiro, a empresa – que já tem em seu histórico exportações para a América do Sul e Nova Zelândia – também está de olho no crescente mercado latino-americano para veículos de baixa emissão de carbono.

Mercado de ônibus elétrico no Brasil

O Brasil potencialmente chegará em 2024 com a maior frota de ônibus elétricos do continente.

Algumas leis que já foram implementadas em cidades brasileiras direcionando o uso desses veículos fazem acreditar que o Brasil viverá uma grande alavancagem nos próximos dois anos.

Podendo chegar a aproximadamente 3 mil unidades e se tornando um dos protagonistas regionais na diminuição das emissões de gás carbônico no transporte público.

Atualmente o país conta com apenas 68 ônibus elétricos a bateria em uso no transporte público, muito aquém da Colômbia, que já tem 1.589 ônibus elétricos, e do Chile que soma 849.

Somente a cidade de São Paulo contará 2.600 unidades em 2024. A capital paulista criou a Lei de Mudanças Climáticas (Lei nº 16.802), que tornou obrigatória a transição energética dos transportes via decarbonização para todo ônibus novo que entrar em circulação.

A proibição de novos ônibus a diesel poderá evitar emissões acumuladas da ordem de 1.924.662 toneladas de CO2 entre 2022 e 2028, tendo em vista à introdução de 2.602 ônibus de emissão zero até o final de 2024 e 6.602 em 2028, de acordo com estudo publicado pelo ICCT (2022).

 

Fonte: https://bvmi.com.br/apos-r-150-milhoes-eletra-coloca-em-operacao-fabrica-de-onibus-eletrico-em-sao-paulo/