16/06/10 10h16

Após crise, segmento de terceirização volta a crescer

DCI

Com 8,3 mil empresas de terceirização e 794 de trabalho temporário, o Estado de São Paulo é o mais representativo do setor, concentrando 52% da movimentação e das contratações do País. Apesar disso, a área enfrenta dificuldades no estado, que estão presentes também em outras regiões do Brasil. A crise econômica afetou o setor em todo o País durante o ano de 2009, mas a recuperação já começou a ser sentida no começo de 2010. Isso é o que concluiu um estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) divulgado na segunda-feira (14).

De acordo com a diretora de comunicação da Asserttem, Jismalia Oliveira Alves, o setor já começa a demonstrar sinais de recuperação e deve voltar a crescer a níveis pré-crise. "Também fomos afetados pela recessão mundial, mas estamos sentindo a volta do crescimento com a economia aquecida e 2010 está sendo um ano positivo para o setor. A expectativa é de voltar a crescer cerca de 7%, a mesma média de antes da crise", afirmou a executiva. Jismalia também destacou a importância do Estado de São Paulo e da Região Sudeste no setor. "São Paulo representa 52% das movimentações e das contratações do setor. Além disso, a Região Sudeste em geral possui características favoráveis para a prestação de serviços", explicou.

Em relação aos serviços terceirizáveis, a pesquisa apontou um crescimento de 2,6% no período entre abril de 2009 e abril de 2010. Se em 2009 o número de empresas de terceirização era de 30,2 mil, em 2010 esse número cresceu para 31 mil. Atualmente, o País possui mais de 8 milhões de trabalhadores terceirizados. A média salarial aumentou de R$ 878 (US$ 487,8) para R$ 918 (US$ 510) em relação ao estudo anterior. O Estado de São Paulo é o principal do setor, com 8,3 mil empresas, seguido do Paraná, com 3,7 mil, e Rio de Janeiro, com 3,3 mil. O faturamento do setor, que foi R$ 40,6 bilhões (US$ 22,6 bilhões) na pesquisa anterior, chegou a R$ 43 bilhões (US$ 23,9 bilhões), com a Região Sudeste sendo responsável por R$ 22,5 bilhões (US$ 12,5 bilhões).

O Brasil chegou a 1,6 mil empresas de trabalho temporário registradas no Ministério do Trabalho na última pesquisa, apresentando um crescimento de 2,9% em relação ao estudo anterior. A Região Sudeste concentra 65% dessas empresas, e o Estado de São Paulo é o principal do setor, sendo responsável por 49% do total delas.

O setor, porém, encontra alguns obstáculos para a expansão. De acordo com o estudo, 97% dos empresários da área de terceirização acreditam que o principal problema que prejudica o crescimento é a alta carga tributária do País, e 66,7% citaram a legislação trabalhista inflexível como dificuldades. No estudo anterior, 83,3% dos empresários criticavam os tributos, enquanto 46,1% citaram a legislação trabalhista como obstáculo.