19/02/08 11h16

Após Brasília, Drogasil prepara mais aquisições

Valor Econômico - 19/02/2008

A Drogasil fez a sua primeira aquisição em seus 73 anos de vida. Mas, após captar cerca de R$ 315 milhões (US$ 179 milhões) com a emissão de ações na Bolsa de Valores no segundo semestre de 2007, a rede paulista de farmácias não deve parar por aí. A rede, que possui 237 lojas espalhadas pelo Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, comprou na semana passada a Drogaria Vison, que possui 24 drogarias em Brasília, cidade onde a Drogasil ainda não estava presente. Segundo Cláudio Roberto Ely, presidente e diretor de relações com investidores da Drogasil, as aquisições são a via de acesso mais rápida e eficiente para entrar em novos mercados, como o Distrito Federal, mas a companhia ainda dá preferência ao crescimento orgânico, com a construção de lojas próprias, principalmente nas praças onde atua. A Drogasil é um exemplo dos efeitos colaterais que a febre de abertura de capitais provocará no país. Empresas como a rede paulista de farmácias estão passando por um processo de expansão inimaginável há alguns anos. E esse processo inclui a incorporação de companhias que pertencem a "velhos conhecidos". O setor de farmácias ainda é dominado no país por pequenas empresas familiares e, assim como outros segmentos do varejo, deve passar por um processo mais acelerado de concentração daqui para frente com a recuperação da economia. A Drogasil é a quarta maior no ranking brasileiro. No entanto, a abertura de capital parece não ter alterado o antigo hábito das empresas familiares de tentar manter os negócios em segredo para não atiçar os concorrentes. O presidente da Drogasil não revela quanto pagou pela Vison. A cadeias existentes, porém, terão de enfrentar um outro grande competidor, cujo poder de fogo é muitas vezes maior. As grandes cadeias de hipermercados, como o Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart, começaram a abrir farmácias em praticamente todos os pontos de vendas.