Apetite mais agressivo da CCR pelo Rodoanel preocupa analistas

Valor Econômico - 26/02/2008

A participação da CCR no processo de licitação do trecho Oeste do Rodoanel tornou-se uma peça-chave para a empresa. Para a companhia de concessões rodoviárias, ficar com a operação do trecho pode significar um considerável ganho de escala, uma vez que o trecho rodoviário que circunda a capital paulista cruza quatro rodovias sob sua administração (Anhangüera, Bandeirantes, Castelo Branco e Raposo Tavares). Por outro lado, uma ação agressiva para vencer o leilão poderá comprometer as margens de ganho da concessionária paulista, que tem entre seus sócios pesos-pesados como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e a portuguesa Brisas, conforme avaliação de analistas que acompanham a empresa ouvidos pelo Valor. Arthur Piotto, diretor de finanças da CCR, diz que a empresa encara de forma "serena" a competição pelo Rodoanel, mas confirma a postura menos conservadora na disputa pelo trecho. Ele espera disputa árdua. Segundo diz, o pagamento da outorga de R$ 2 bilhões (US$ 1,1 bilhão) e o pacote de obras de R$ 800 milhões (US$ 454,5 milhões) devem limitar o número de competidores. Tais exigências, porém, devem estimular a criação de consórcios que combinem grupos operadores brasileiros com parceiros financeiros internacionais, afirma. É o caso da OHL que vai se aliar ao Goldman Sachs para participar da licitação, e a Triunfo Participações, que finaliza as negociações com um sócio estratégico.