01/12/08 11h32

Apesar da crise, varejo aposta em estabilidade nas vendas de Natal

O Estado de S.Paulo - 01/12/2008

A menos de um mês do Natal, o comércio já se dá por satisfeito se repetir em dezembro o faturamento de 2007, o melhor fim de ano da década. Praticamente todos os setores do varejo reduziram as projeções de crescimento de vendas para o Natal. Mas o clima ainda é de relativo otimismo nos setores menos dependentes de financiamentos, como as lojas de vestuário e os supermercados. Eles esperam absorver parte das compras que iriam inicialmente para itens de maior valor. No vestuário, a previsão era crescer 15% e agora oscila entre 8% e 10%, segundo Sylvio Mandel, presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim), que representa grandes lojas de departamento, como Renner , C&A, entre outras. Nos supermercados, a projeção é ampliar em 10% a receita ante o Natal do ano passado. Poderia, no entanto, chegar a 12% sem a crise, diz o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Susumu Honda. O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, acrescenta que as vendas dos supermercados deverão ter bom desempenho também porque a queda de preços dos alimentos deve ser "um estímulo importante para o consumo". Em novembro, a desaceleração ficou clara especialmente para o comércio de eletroeletrônicos, que chegou a projetar crescimento de 15% e agora admite estabilidade ante 2007. Os fabricantes, no entanto, consideram uma queda na faixa de 5% ante o Natal do ano passado, segundo projeções do presidente da Eletros, Lourival Kiçula. As Casas Bahia, que têm a maioria dos 15 milhões de clientes ativos na classe C, não reviram os números porque o desemprego continua em baixa. A empresa espera faturar 7% mais no mês do Natal. As projeções incluem as duas megalojas sazonais, em São Paulo e Rio de Janeiro. "O Natal, com a renda extra do 13º salário, esconde os problemas", diz Leonel Andrade, presidente da Credicard Citi.