05/05/11 11h20

Apas 2011 aposta na Europa para fomentar segmento

DCI

Europeus entram na briga com outros países para fornecer produtos para supermercados paulistas. Segundo dados da Associação Paulista de Supermercados (Apas), este ano a feira referente ao setor receberá cerca de 28 expositores vindos de 11 países - Turquia, Chile, Peru, Argentina, Itália, Estados Unidos, Finlândia, Espanha, Portugal, Alemanha e Tailândia - que juntos devem representar até dois dos R$ 5 bilhões (US$ 3,13 bilhões) que a feira deve movimentar este ano. Para o presidente da entidade, João Galassi, isto faz parte da consolidação do segmento de supermercado em São Paulo perante o mundo. "Os olhos de muitos países se voltaram para cá, pois hoje São Paulo já representa cerca de 30% do mercado brasileiro", explica o presidente da entidade.

Nos dias 9 a 12 de maio, são esperados 75 mil empresários e executivos do setor de supermercados de todo o Brasil e da América Latina. Serão dedicados 68 mil metros quadrados à área de exposições, onde estarão 550 empresas fornecedoras do varejo. Além disso, haverá um espaço reservado para os expositores estrangeiros onde em 50 estandes de empresas internacionais serão expostas as novidades para o setor, com destaque para: Fundación Exportar (Argentina), Castilla la Mancha e Agrosevilla (Espanha) e Conglomerado de Alimentos da Alemanha (Camara Alemã), entre outras.

O presidente da entidade afirma que neste ano pela primeira vez a feira contará com a presença de supermercados internacionais. Ele ainda afirma que uma das novidades que o segmento deve trazer será voltada para o mercado de automação. "Trata-se de um dos segmentos que mais despertam curiosidade para a modernização de lojas que passam por reformas ou que são inauguradas", explica. Atualmente São Paulo segue a tendência nacional com a vinda de fornecedores estrangeiros. Quem faz a afirmação é o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda. "A entrada destes players é uma porta para acirrar a concorrência e gerar guerras de preços", enfatiza Honda.

Para o coordenador e professor do MBA Empresarial da Faap, Mário Pascarelli Filho, a tendência deve aumentar nos próximos anos devido à força do varejo no Brasil e ao fato de a crise continuar em países europeus. "Hoje o varejo representa cerca de 15% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). Para investidores estrangeiros, o Brasil tornou-se o local com uma das rentabilidades mais altas para se investir", enfatiza. O professor ainda afirma que o interesse no "casamento" é recíproco, pois as empresas situadas aqui notaram esta como uma das formas mais rápidas e seguras de captação de recursos.

O segmento de supermercadistas faturou R$ 185 bilhões (US$ 115,6 bilhões) em 2010, dos quais R$ 57 bilhões (US$ 35,6 bilhões) (31%) no Estado de São Paulo. Atualmente gera aproximadamente 900 mil empregos diretos e cerca de 3 milhões indiretos. Em São Paulo, o volume de empregos diretos é de 240 mil, e indiretos, 800 mil. São 77 mil as lojas em todo o País, somando 19 milhões de metros quadrados de área de vendas.