13/06/11 13h55

Angola já atraiu 200 empresas brasileiras

Número é do mais recente estudo do banco sul-africano Standard Bank. A forte presença brasileira é resultado de política do governo Lula, que assinou 40 acordos com Angola

A reconstrução de Angola já levou 200 empresas brasileiras à África, segundo o mais recente estudo do banco de investimento sul-africano Standard Bank.

O número supera a presença das 150 companhias da China, que detém a posição de maior parceiro bilateral dos angolanos em valor de investimentos. O Brasil é o segundo maior.

A forte presença brasileira em Angola, que passou por uma guerra civil de 27 anos, é resultado da política externa do governo Lula, focada na aproximação com países pobres, principalmente no continente africano.

Hoje, Brasil e Angola possuem 40 acordos comerciais assinados na gestão Lula (2003-2010). Resultado prático da relação Sul-Sul, o governo brasileiro instalou em Luanda, capital angolana, um centro de negócios da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos) no final do ano passado.
Segundo o Standard Bank, um terço do comércio de Angola é realizado com os países do chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).

A razão para tanto interesse é de ordem econômica. As taxas de retorno dos investimentos efetuados em Angola são muito superiores às de outros países.
Exemplo do interesse brasileiro em Angola é a empreiteira baiana Odebrecht, que fatura anualmente mais de US$ 600 milhões em sua operação local.
A Odebrecht finalizou estudos de viabilidade de uma hidrelétrica com capacidade para gerar 2.000 megawatts na bacia do rio Kwanza.

O projeto, orçado em US$ 2 bilhões, deve atrair as grandes construtoras brasileiras instaladas lá, como Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, entre outras.
A hidrelétrica faz parte do plano do governo local de expandir a geração de energia em mais de 4.000 MW até 2016. O governo angolano deve divulgar a licitação da obra até o final do ano.
Para Alexandre dos Santos, professor da PUC-RJ, especializado em África, essas iniciativas refletem a reaproximação com o continente africano.

"O Brasil passou a olhar para Angola como uma parceira estratégica de negócios. E Angola vê no modelo brasileiro de desenvolvimento uma alternativa viável."

DIVERSIFICAÇÃO

Segundo o diretor da Odebrecht em Angola, Carlos Matias, o governo angolano quer diversificar investimentos, atraindo setores como o de serviços e o agrícola.
"Angola tem um potencial hídrico muito grande e uma vocação agrícola", diz.