20/02/10 10h44

Anglo amplia investimentos no Brasil

O Estado de S. Paulo

A mineradora Anglo American elevou em 40,7%, de US$ 2,7 bilhões para US$ 3,8 bilhões, sua previsão de investimento para a primeira fase de desenvolvimento do projeto de minério de ferro Minas-Rio. A mineradora também registrou um encargo contábil de US$ 1,5 bilhão relacionado ao sistema de minério de ferro Amapá.

A Anglo pagou US$ 6,65 bilhões à MMX, do empresário Eike Batista, pelo Minas-Rio, Amapá e ativos relacionados, em transações separadas, em 2008. A Anglo disse que a elevação do volume de investimento previsto reflete mudanças de planos para a mina, o sistema de transporte e o porto do projeto Minas-Rio, bem como movimentos da taxa de câmbio. O encargo do Amapá, por sua vez, resulta de dificuldades operacionais e atrasos nos aumentos da produção.

A empresa anunciou ontem que obteve lucro líquido de US$ 2,43 bilhões no ano passado, 53,4% menos que os US$ 5,22 bilhões de 2008. O lucro por ação caiu 51%, para US$ 0,214 centavos. O lucro com operações continuadas, no entanto, foi de US$ 2,14 por ação no ano passado, superando a previsão de US$ 1,99 por ação feita por analistas. A receita diminuiu 25,2%, de US$ 32,96 bilhões para US$ 24,64 bilhões.

Pelo segundo ano consecutivo, a mineradora não pagará dividendos, mas prometeu retomar os pagamentos ainda este ano. Um fator determinante para a não retomada dos dividendos foi a necessidade de fundos para pagar a construção de novas minas, como a do projeto Minas-Rio. A mineradora também conta com grandes projetos para aumentar sua produção de cobre em um terço, a de minério de ferro em 82% e a de níquel em mais de 100%. A Anglo espera investir, no total, US$ 6 bilhões este ano, ante US$ 4,61 bilhões em 2009.

A companhia ainda avalia a possibilidade de conseguir um parceiro para ajudar a financiar o projeto de minério de ferro Minas-Rio. Em setembro de 2009, a Anglo American estimou que o projeto Minas-Rio poderá ter uma capacidade de produção de minério de ferro de 80 milhões de toneladas anuais em 2015. O projeto envolve um sistema de mineração que comporta mina, mineroduto de 525 quilômetros, entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, e porto.