Ampliação em Americana fortalece aviação na RMC

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assinou ontem decreto que cede a Americana uma área de 260 mil metros quadrados — tamanho igual a 64 campos de futebol — para a expansão do Aeroporto Augusto de Oliveira Salvação. A área fica às margens da Rodovia Luiz de Queiroz, ao lado do atual terminal. A proposta é fortalecer a aviação executiva, transformando o espaço em polo regional, e complementando os serviços do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.

A liberação da área é uma demanda antiga da cidade, e o projeto existe há três anos. A permissão de uso do terreno do governo é por tempo ilimitado—o local pertence ao Instituto de Zoologia (IZ), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. O decreto deve ser publicado hoje no Diário Oficial. A Prefeitura prevê criar no espaço o Parque Industrial Tecnológico do Setor Aeronáutico e aumentar a pista de voo, que passará de 1.100 metros por 18 para 1.200 metros por 30. A pista hoje comporta aviões menores, como jatos executivos, e de cargas de até mil quilos. A administração do aeroporto é da Prefeitura.

Além da expansão da pista, serão feitas outras reformas, como o aumento do alambrado que protege o aeroporto. Segundo a Prefeitura, a ideia é trazer empresas para ocupar o espaço e alavancar a produção na área. O orçamento previsto é de R$ 10 milhões (US$ 4 milhões) para as obras e as demais reformas como iluminação da pista e espaço em comum seriam feitos pelas empresas. O Aeroporto de Americana possui atualmente 27 hangares e há 12 empresas instaladas. São 900 pousos e decolagens por mês, a maioria com perfil executivo. Para comparação, Viracopos opera em média 350 voos por dia.

Tendência
Para o economista Josmar Capa, a ampliação do aeroporto de Americana não deve ser visto como uma possível concorrência a Viracopos. A proposta, segundo ele, é seguir a tendência internacional de criar aeroportos regionais.

O público de aeroportos regionais, afirma Capa, tem uma lógica específica, e encontra na criação desses polos aeroportuários menores o serviço que precisa de forma mais rápida e barata, uma vez que não têm concorrência com empresas de maior porte e há menor fluxo de passageiros.

O especialista em infraestrutura aeroportuária Mozart Mascarenhas Alemão também afirma que Americana deve complementar os serviços de Viracopos, por estar próximo. Alemão disse que o tamanho da pista permitirá receber aviões grandes, como o Boeing 737, de 120 passageiros, mas com restrições de peso. Apesar de ampliada, a pista com 1.200 metros de comprimento ainda não será suficiente para que esses aviões decolem com o tanque cheio — o que diminuiria o tempo de trajeto.