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Alta do cobre anima fabricantes

Valor Econômico - 28/09/2007

Os fabricantes de fios, cabos e produtos semi-manufaturados de cobre comemoram a perspectiva de encerrar o ano com crescimento de receita acima de dois dígitos e também o melhor resultado de suas exportações nos últimos sete anos. O bom momento é reflexo do aquecimento da construção civil, de novos projetos da indústria nacional e da alta nos preços dos metais. No acumulado do ano até agosto, o faturamento do setor se equiparou ao obtido em todo o ano passado, US$ 3,5 bilhões. Por isso, a estimativa de crescimento de 7% no ano está sendo revisada para cima pelo Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos de São Paulo (Sindicel) e pela Associação Brasileira do Cobre (ABC). Segundo o presidente das entidades, Sérgio Aredes, o impacto da construção civil no país permite vislumbrar também um ano aquecido em 2008. De acordo com Aredes, a possibilidade de encerrar o ano com faturamento acima de dois dígitos conta com o incremento da alta dos metais e não só com a produção. Para se ter uma idéia, no ano, o preço da tonelada de cobre cotada na Bolsa de Metais de Londres valorizou 29,5%, passando de US$ 6,29 mil para US$ 7,58 mil ao final de agosto. Ontem, a tonelada da commodity fechou o pregão cotada a US$ 8,14 mil. O impacto da alta do cobre só não é mais favorável porque a maior parte dos fabricantes brasileiros não repassa os aumentos imediatamente aos produtos. O único segmento que trabalha com preços atrelados à cotação do cobre na Bolsa de Metais de Londres é o de fios esmaltados. Isto ocorre pois a participação do cobre no produto é de cerca de 90%. Em relação às exportações, o setor encerrou o período de janeiro até o final de agosto com superávit de US$ 28,3 milhões. No total, foram exportados US$ 412,2 milhões e importados US$ 383,9 milhões. Destes, o produto com melhor saldo na balança comercial é a vela para ignição, com superávit de US$ 30,5 milhões no período.