03/10/07 14h48

Alstom mantém aposta no Brasil

Valor Econômico - 03/10/2007

A fabricante francesa de trens e equipamentos para ferrovias Alstom deu início ontem ao que considera ser a retomada nas operações do mercado brasileiro ferroviário de passageiros. A companhia, que perdeu recentemente a disputa para fornecer os carros e equipamentos para a linha 4 do Metrô de São Paulo, entregou ontem mesmo sua proposta na licitação para fornecer 40 novos trem à CPTM e mais de 100 vagões para aumento da frota do metrô paulistano. Se vencer, a Alstom vai ampliar sua carteira de contratos no Brasil em mais de 600 milhões de euros. A estrutura da Alstom no Brasil foi desenhada para obter um faturamento de cerca de 250 milhões de euros ao ano. Hoje não produz nem a metade disso. E com o dólar despencando no Brasil, aliado ao fato de não conquistar novos contratos no mercado interno, corre o risco de ver esse faturamento diminuir ainda mais. "A questão do câmbio tira nossa competitividade nas exportações, isso é um fato concreto", diz o executivo da Alstom.É por isso que as propostas entregues ontem são vistas como uma real possibilidade de retomada das atividades no mercado interno brasileiro. A encomenda para a CPTM é a mais vultosa. São 40 trens de oito vagões, o que perfaz um total de 320 unidades. Apesar de não comentar os valores, Hertz acredita que esse contrato deva girar próximo à casa dos 450 milhões de euros. No caso do metrô, serão 102 carros para as linhas 1 e 3 e o contrato deve ficar na casa dos 150 milhões de euros. No dia 18, abre-se nova oportunidade para a Alstom voltar ao mercado brasileiro. O Metrô começa a receber propostas para os contratos de sinalização. A Alstom espera que com isso, e novas oportunidades, como o trem ligando São Paulo a Guarulhos, consiga voltar ao projeto original da fábrica brasileira. "Queremos ter dois terços da produção voltada para o mercado interno", diz Hertz. Com as promessas de novos investimentos públicos no setor, há chances de a Alstom atingir essa meta. Mas vai precisar, antes de tudo, encarar uma briga acirrada com seus concorrentes, sejam eles asiáticos ou europeus.