16/03/11 14h09

Alphaville recebe onda de lançamentos comerciais

Valor Econômico

Na tentativa de encontrar novos eixos comerciais para instalar seus arranha-céus envidraçados, as grandes construtoras de prédios comerciais começam a procurar - e criar, com sucesso - outras fronteiras de crescimento. Diante da saturação e dos elevados preços de endereços consagrados como Faria Lima, Paulista e Berrini, os incorporadores começam a caminhar, por exemplo, para a Marginal Pinheiros, na região da Ponte João Dias, em São Paulo. Mas a grande eleita é a região de Alphaville e Tamboré - que até 2014 terá mais de 700 mil m2 de prédios comerciais de alto padrão. Mais do que existe hoje na Berrini, que sozinha concentra cerca de 480 mil m2 de edifícios corporativos comparáveis aos melhores do mundo.

As empresas estão ativas e olhando terrenos na direção sul da cidade de São Paulo, na região do Alto da Boa Vista, mas ainda não iniciaram a construção de grandes torres, porque a opção de serviços ainda é limitada. Um pouco antes desse novo eixo, a WTorre e BTG Pactual tornaram-se sócios para construção do que será o maior prédio comercial de São Paulo depois do Shopping Morumbi. Mas é em Alphaville, primeiro eixo de desenvolvimento fora da capital - que as construções estão a todo vapor. A região atraiu, de uma só vez, todas as grandes incorporadoras: Odebrecht Realizações Imobiliárias, Tishman Speyer, Brookfield e Vemonte. O perfil da região, predominantemente residencial, com indústrias, galpões e centros logísticos, está mudando rapidamente.

Segundo pesquisa da CB Richard Ellis, até 2008, os novos espaços de escritórios disponíveis em Alphaville cresciam 6% ao ano, em média. A partir de 2008, a taxa de crescimento anual ultrapassou 20%. Entre 2008 e 2010, o volume total de edifícios corporativos cresceu 44%, ainda de acordo com a consultoria. Três grandes nomes já estão instalados em Alphaville: a Amil (que alugou 13 mil m2), a Philips , que transferiu sua sede para lá e alugou 10 mil m2, e a Redecard. "Há poucos anos, seria inconcebível uma empresa como a Redecard, cujos sistemas não podem falhar nunca, ir para lá", diz Adriano Sartori, diretor de locação da CB Richard Ellis.

A chegada de dois grandes shoppings à região de Alphaville - Iguatemi e General Shopping (da Brascan) - e a infraestrutura disponível são considerados atrativos importantes para os novos inquilinos. Mas o que conta mesmo é o preço - além do ISS reduzido. Durante muito tempo, o metro quadrado de escritórios era alugado entre R$ 30 (US$ 17,60) e R$ 40 (US$ 23,50). No ano passado, os contratos em prédios de altíssimo padrão (os chamados triple A) oscilaram entre R$ 55 (US$ 32,40) e R$ 60 (US$ 35,30). Agora, já se fala em mais de R$ 60 (US$ 35,30). Ainda assim, é muito menos do que nas principais regiões de São Paulo, onde os preços variam de R$ 100 (US$ 58,80) a R$ 150 (US$ 88,20) o aluguel do metro quadrado. Obviamente, essa valorização já se reflete nos preços dos terrenos, que rapidamente subira, de R$ 1,5 mil (US$ 882,4) para R$ 2,5 mil (US$ 1,47 mil) a R$ 3 mil (US$ 1,76 mil) o metro quadrado.