22/09/09 10h03

AlphaVille diversifica e vai atender classe B

Valor Econômico

Três anos depois de ter comprado a AlphaVille Urbanismo, a Gafisa começa a fazer as primeiras mudanças relevantes na estratégia da companhia. Uma das mais antigas marcas do setor imobiliário, AlphaVille estreia em novos mercados 35 anos após a sua criação. Ancorada na fama do empreendimento de Barueri, em São Paulo - que abriu as portas para levar o conceito da vida em condomínios fechados para a classe alta a mais de 40 municípios - a empresa escolheu dois caminhos para diversificar sua atuação: condomínio com casas prontas, tanto para a alta renda quanto para a classe média, e loteamentos mais populares.

Na década de 70, a marca revolucionou a moradia de alto padrão no país ao colocar moradia, lazer, segurança e comércio em um mesmo endereço, geralmente distante dos centros urbanos. A fórmula perdeu a autenticidade e o ineditismo, mas o apelo da casa sem muro e acesso restrito caiu no gosto do brasileiro - foram vários os casos de fila nos estandes de venda e loteamentos inteiros vendidos em algumas horas, em cidades como João Pessoa, Caruaru, Manaus e Natal.

Batizado de Terras Alpha, o primeiro loteamento para a classe B será lançado no quarto trimestre em Foz do Iguaçu, com terrenos de, no máximo, 360 metros quadrados e preço médio de R$ 60 mil (US$ 33,3 mil). Com o Terras Alpha, a empresa passa a concorrer com a Cipasa, empresa do grupo Lindencorp, que está começando a fechar parceria com incorporadoras para vender casas prontas.

Já a construção de casas vai em duas direções: unidades de alto padrão, com um cardápio de diferentes projetos assinados com preços na casa de R$ 1 milhão (US$ 555,6 mil), o "Living Solutions", e casas geminadas com a mesma arquitetura, vendidas na faixa de R$ 350 mil (US$ 194,4 mil) - chamado de "Conceito A". O piloto com vinte casas de alto padrão está sendo feito no Alphaville Burle Marx, em São Paulo.

Nos últimos dois anos, a AlphaVille Urbanismo dobrou de tamanho. Saiu de seis lançamentos em 2007 para 12 no ano passado. Este ano, lançou cinco, tem mais dois prestes a lançar (Porto Alegre e Piracicaba). Ainda que perto do fim do ano, segundo Audi, a empresa deve chegar a 12 novamente este ano. No primeiro semestre, porém, teve uma retração de 13% nas vendas contratadas em volume e 17% em unidades. Enfrenta o desafio do novo tamanho e de experimentar outros mercados sem a força da marca principal. A AlphaVille teve vendas de R$ 300 milhões (US$ 166,7 milhões) e lucro líquido de R$ 35 milhões (US$ 19,4 milhões).