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Allis aposta no aquecimento do setor para chegar ao topo

Valor Econômico - 30/07/2008

Quando a GP Investimentos comprou em dezembro do ano passado três companhias de recursos humanos -grupo Soma, Top Service e People Domus-, uma aquisição no valor de R$ 100 milhões (US$ 51,8 milhões), seu objetivo era criar uma das maiores empresas do setor no país. Hoje, após seus primeiros meses de atividade, a Allis ocupa o segundo lugar na liderança desse mercado, emprega quase 10 mil pessoas e tem 20 filiais pelo país. Ela fechou um faturamento em 2007, de R$ 181 milhões (US$ 93,8 milhões). Mas o objetivo dos controladores é ir além, e rápido. A Allis pretende chegar ao topo do ranking nos próximos dois anos. O país tem hoje 30 mil empresas atuando no setor de recursos humanos. Um mercado bastante pulverizado que movimenta, em média, R$ 40 bilhões (US$ 25 bilhões) ao ano. Cerca de 20% dessas companhias trabalham com recrutamento e seleção. As outras se dividem entre a contratação de empregados temporários e efetivos. Para se diferenciar nesse mercado e bater a líder Gelre, a Allis aposta em novos segmentos que despontaram recentemente na área de RH, como a busca de profissionais para atuar em médias gerências. Nos últimos anos, várias multinacionais iniciaram operações ou reforçaram suas equipes no país em razão do crescimento da procura por este tipo de candidato. Entre elas estão a Hays, a Robert Half e a Michael Page. A aposta da Allis é que o recrutamento gerencial, disponível a partir de agosto, passe a responder por 10% do seu faturamento até o fim do ano. No momento, 40% da receita da nova companhia vêm da seleção de pessoas para atuar em promoções e ações de marketing. A empresa também faz a seleção de pessoas para atuar em telemarketing e em serviços de infra-estrututura dentro das empresas. "O nosso desafio é oferecer um atendimento diferenciado em todas essas áreas", diz Assayag. "No recrutamento gerencial, por exemplo, queremos atuar da mesma forma que as empresas de 'executive search' fazem no topo, o que ainda não acontece nesse nível". Para crescer rápido e atingir o faturamento de R$ 270 milhões (US$ 168,8 milhões) este ano e R$ 350 milhões (US$ 218,8 milhões) em 2009, o grupo GP Investimentos, detentor de 77, 5% do capital da Allis, deu carta branca para que o diretor-presidente reorganizasse o "modus operandi" das três companhias adquiridas.