03/11/09 11h11

Allianz dá prioridade a obras de infraestrutura

DCI

Companhias seguradoras esperam que, com a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o País passe por um período de grandes investimentos e intenso desenvolvimento no setor de grandes riscos nos próximos anos, atingindo o ápice em cinco ou seis anos. Para fazer frente a essa demanda, a Allianz visa principalmente, nesse momento, obras de infraestrutura, enquanto a Aon "olha com mais carinho" para produtos em fusões e aquisições e construção e responsabilidade civil.

"Hoje em dia, os governos encaram o fato de não ter dinheiro para construir todas as obras de infraestrutura necessária, por isso liberam concessões para que empresas o façam", explica o vice-presidente Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), Hans Pottker. A empresa irá trazer ao País, em 2010, uma apólice para cobrir o modelo de contrato entre empresas e governo chamado Build-Operate-Transfer (BOT), onde a iniciativa privada recebe a licença do setor público para financiar, projetar, construir e operar uma instalação por um período determinado.

"É uma apólice que começa no período de construção e dura até o fim da fase de operação. Assim, não há espaços descobertos entre a formatação de uma apólice para a construção e outra para o período de operação", afirma Pottker. Segundo ele, o produto pode ser aplicado, entre outros, em estradas, portos e linhas ferroviárias, além de arenas esportivas. "Não estamos pensando o Brasil apenas para Copa do Mundo e Olimpíadas. Estamos olhando o País em um longo prazo. Iremos trazer outros produtos também."

Pottker diz que a empresa irá importar, e adaptar ao País, produtos que já estejam maduros em outros mercados. Por isso, diz o executivo, já foram identificada oportunidade para a entrada de um outro produto no mercado nacional, chamado, na França, de decenal. "É um seguro de dez anos para prédios, principalmente para comerciais", explica. Os executivos do grupo, no entanto, dizem que será necessário adaptá-lo antes de trazê-lo ao País. "Na Europa, a construtora tem uma obrigação de dez anos após o prédio estar concluído, e há também necessidade de ter um seguro. Aqui, são cinco, mas a lei não obriga a possuir uma apólice", diz Angelo Colombo, Diretor executivo de Grandes Riscos da Allianz Seguros. A companhia, completa Pottker, espera trazer esse seguro o mais rapidamente possível, porém ainda não sabe se será no próximo ano

O vice-presidente diz que, além de seguros, a empresa quer também trazer expertise. "Queremos trazer também know-how. Não estamos no País apenas para assegurar coisas, queremos adicionar valor ao cliente também do ponto de vista técnico".