06/06/11 11h46

Alimentação fora do lar no radar das múltis

Valor Econômico

A expansão do mercado de alimentação fora do lar - que dobrou de tamanho em seis anos, para R$ 181,1 bilhões (US$ 113,2 bilhões) - está reforçando a importância do Brasil no planejamento estratégico de grandes fornecedores mundiais do setor. A suíça Nestlé planeja triplicar as vendas para o segmento no país em dez anos. Um de seus principais concorrentes, a Unilever, está investindo € 40 milhões no reposicionamento global de sua marca para o setor e tem a expectativa de, com isso, acelerar também o crescimento de sua divisão brasileira de "food service".

"Vemos o Brasil como um país-chave, porque há uma população muito grande, há crescimento de renda. É um mercado onde podemos crescer mais de 10% ao ano", disse Marc Caira, CEO da Nestlé Professional, unidade da empresa voltada para o fornecimento a restaurantes, hotéis, padarias e cozinhas corporativas, em visita recente à filial brasileira. Nos últimos dois anos, o Brasil subiu da sexta para a quarta posição entre as operações dessa divisão no mundo, que fatura 6 bilhões de francos suíços ao ano (US$ 7,1 bilhões).

Para a Unilever, a América do Sul é o quinto maior mercado da divisão de "food service" e deve chegar ao quarto lugar em 2012. O Brasil responde por mais de 50% do faturamento da região. Para avançar mais, a companhia acaba de relançar globalmente sua marca Unilever Food Solutions. Além de mudar o logo, a empresa criou serviços de apoio para ajudar a rentabilizar o negócio dos clientes, sugerir menus e melhorar a eficiência de suas cozinhas.

"Vamos criar fidelização a partir dos serviços", diz Rodrigo Vassimon, vice-presidente da Unilever Food Solutions no Brasil. A ideia é também aumentar o ritmo de lançamentos de cinco a seis produtos por ano, para sete a oito. Hoje, a unidade oferece cerca de 100 itens voltados para o mercado profissional de refeições. "Nos países desenvolvidos temos de 400 a 500 itens. Há muito o que trazer para cá."

"Existe um grande potencial para crescer nesse mercado com alimentos prontos ou semiprontos", diz o consultor Ricardo Daumas, da GS&MD - Gouvêa de Souza. "O crescimento da demanda [por refeições fora do lar] traz necessidade de profissionalização das cozinhas." O que deve significar menos manipulação dos alimentos para evitar perdas, contaminações e dar mais agilidade às operações.