22/10/10 11h11

Alcoolduto une Petrobras, Cosan e Copersucar

Valor Econômico

O principal projeto do alcoolduto criado para escoar o etanol do Centro-Oeste do país até São Paulo, enfim, deverá sair do papel. Grandes grupos sucroalcooleiros, como Cosan e Copersucar, vão se unir à Petrobras para colocar em prática o empreendimento, que terá investimentos superiores a US$ 2 bilhões, apurou o Valor. Originalmente criado pela petrolífera brasileira, o alcoolduto foi desenhado para escoar a produção de etanol de Senador Canedo (GO) até Paulínia (SP). No meio do caminho, grandes grupos sucroalcooleiros também anunciaram projetos paralelos para transportar etanol por dutos.O mais estruturado, o da Uniduto, companhia que reúne grandes usinas como Cosan e Copersucar, decidiu unir forças com a estatal para viabilizar o projeto, que mal saiu do papel desde que foi anunciado há cinco anos. Procuradas, as duas empresas não se pronunciaram. Sem mencionar nomes, o gerente de logística da Petrobras, Eduardo Autran, que está à frente desse projeto, confirmou que a estatal está negociando com outros "players importantes" da indústria de álcool para constituir uma sociedade para desenvolver um sistema integrado de logística para etanol, que inclui dutovia, mas não se restringe a ela. Outros modais, segundo ele, integram a negociação, entre eles, a hidrovia e a ferrovia. Autran informa que a Petrobras ficará com 20% da nova sociedade, cujas negociações devem ser concluídas até o fim deste ano, conforme prevê o executivo. Uma fonte familiarizada com a negociação afirmou que as outras empresas privadas integrantes não poderão ter fatia maior que a da estatal.O percurso da Uniduto Logística, empresa criada em 2008 e que reúne 80 usinas associadas, ligadas a dez grandes grupos produtores de etanol, previa a construção de um corredor dutoviário de 612,4 quilômetros, interligando 46 municípios do Estado até o terminal portuário, com capacidade para escoar 16,6 bilhões de litros de álcool por ano. Entre os principais associados estão, além dos já citados, o grupo São Martinho, Santa Cruz, São João e a Bunge. Segundo fontes próximas às negociações, os dois projetos se fundirão, mas o traçado original, de Goiás a Paulínia, deverá se manter. A partir de Paulínia, havia expectativa de que o combustível seria escoado até Ilha D'Água (RJ), em dutos adaptados de outros combustíveis da Petrobras. Agora, esse pedaço a partir de Paulínia será repensado.