16/09/09 10h08

AL é única região em que riqueza cresce

Folha de S. Paulo

A América Latina foi a única região em que a riqueza cresceu no ano passado, quando o patrimônio global caiu mais de 10%, segundo estudo elaborado pela consultoria americana BCG (Boston Consulting Group). No ano da maior crise global em mais de seis décadas, o patrimônio em ativos financeiros dos latino-americanos somava US$ 2,5 trilhões (pouco menos que o PIB em 2008 do Brasil e do México, as duas maiores economias da região), 3% mais do que em 2007.

"As estruturas políticas e econômicas evoluíram consideravelmente, e a maioria dos bancos tinha exposição limitada ao mercado imobiliário dos EUA (onde a crise teve início). Como resultado, a região escapou da crise bancária e do aperto no crédito", diz o estudo. A consultoria não divulgou números específicos do Brasil, mas afirmou que o mercado de riqueza do país se mostrou "particularmente resiliente" em 2008.

No mundo, a riqueza em ativos financeiros recuou 11,7% em relação a 2007, na primeira queda desde 2001, passando de US$ 104,7 trilhões para US$ 92,4 trilhões (1,5 vez mais que o PIB global de 2008). Esses US$ 12 trilhões que "desapareceram" são resultado em parte da queda das Bolsas mundiais -que recuaram 68% no ano passado- e também da saída dos investidores de aplicações mais arriscadas.

Essa queda foi mais sentida nos EUA, onde o patrimônio caiu 21,8% e o número de milionários recuou de quase 4,9 milhões de famílias em 2007 para 4 milhões no ano passado. Com isso, a Europa passou pela primeira vez a América do Norte como a região com o maior patrimônio financeiro: US$ 32,7 trilhões. Para a consultoria, a recuperação da riqueza global deve começar de forma lenta a partir do ano que vem, mas não deve atingir antes de 2013 o nível pré-crise. Segundo ela, a principal região de avanço será a Ásia (com exceção do Japão).