10/03/08 11h36

Akzo transfere produção de antiaderente para o Brasil

Gazeta Mercantil - 10/03/2008

  A química holandesa Akzo Nobel decidiu em janeiro fazer uma manobra arrojada em busca de competitividade, escala e menores custos. A empresa transferirá toda produção de antiaderentes para utensílios (panelas) que mantinha em Chicago (EUA) para a unidade na rodovia Raposo Tavares, na cidade de São Paulo. Até dezembro, a empresa tinha dúvidas se as operações iriam para a China ou para o Brasil. Batido o martelo, toda carteira de clientes dos Estados Unidos passam para cá. A unidade brasileira exporta hoje basicamente para a Argentina. "A partir de julho começamos a exportar para México, Colômbia, Venezuela e Equador. Fora a Hungria. Mercado precioso hoje dos EUA", disse o gerente geral para a América do Sul da divisão Antiaderentes da Akzo Nobel, Cláudio Vieira. A empresa não divulgou sua produção. "O mercado é muito pequeno", mas triplicará a capacidade em São Paulo e o volume de exportações passará dos atuais 30% do total produzido para até 70%. "Sem deixar de atender a forte demanda no País." Hoje, o mercado brasileiro de utensílios revestidos movimenta 65 milhões de peças ao ano, o que representa US$ 450 milhões/ano. As máquinas necessárias para a produção da resina de Politetrafluoretileno (usada como antiaderente) não virão da América do Norte. Vamos comprar aqui. É mais vantajoso e tem menor custo do que trazer os equipamentos dos Estados Segundo Vieira, que comandará as novas operações da Akzo no País, a empresa vem em uma estratégia crescente para se tornar líder no mercado brasileiro. "Em 2004 trouxemos a produção para o País, então usamos toda a especialidade e dimensão da Akzo para customizar os produtos, como o antiaderente colorido, e também trouxemos preços menores", afirmou o executivo. O resultado foi um crescimento, no ano passado, de 50% no faturamento da divisão de antiaderentes. A empresa toda no Brasil (há outras duas grandes divisões além de revestimentos de performance, na qual estão os antiaderentes) faturou R$ 1,7 bilhão (US$ 966 milhões) em 2006. Os números de 2007 no mundo estão sendo fechados este mês. Com a transferências destes ativos para o País, o Brasil deve passar da posição de quarto maior mercado de antiaderentes da Akzo - hoje atrás de China, Europa e Estados Unidos - para o segundo maior mercado da empresa atrás apenas da China.