15/03/10 10h07

Akaer fecha parceria com francesa Altran

Valor Econômico

A brasileira Akaer e o grupo francês Altran anunciam hoje uma parceria para a criação de uma empresa integradora de aeroestruturas, que competirá mundialmente no setor aeroespacial e de defesa (A&D). A divulgação oficial será feita durante a apresentação dos resultados financeiros da companhia francesa, em Paris. As empresas assinaram uma carta de intenções na sexta-feira passada. Pelo acordo, a Altran, que fatura € 1,6 bilhão por ano, deverá adquirir uma participação acionária na Akaer. A empresa a ser criada terá as duas companhias como sócias, mas a participação de cada uma ainda não foi definida. O vice-presidente internacional do grupo Altran, Fréderic Grard, afirmou que a primeira ação para selar a parceria está definida: cerca de 20 engenheiros brasileiros irão para a Europa e dez especialistas da Altran virão ao Brasil para iniciar o processo de transferência de tecnologia em aeroestruturas.

"A aliança com a Akaer fortalecerá o nosso posicionamento no Brasil nos setores aeroespacial e de defesa, complementando a expertise e o conhecimento das duas empresas, com foco inicial em aeroestruturas", afirmou o presidente da Altran Technologies, Anderson Novaes Mendes Alves. Com 400 funcionários e faturamento de US$ 50 milhões, a empresa atua no Brasil nas áreas de inovação e tecnologia para os setores automotivo, de telecomunicações e energia. A Akaer possui 120 funcionários e fatura US$ 13 milhões por ano.

De acordo com o diretor-executivo da Akaer, César Augusto da Silva, uma das iniciativas a serem tomadas após o anúncio será a construção de uma fábrica de estruturas integradas de aeronaves - a primeira no Brasil com capacidade para atender os pedidos de uma empresa do porte da Embraer, que hoje depende exclusivamente de fornecedores estrangeiros. A fábrica será erguida, provavelmente em São José dos Campos (SP) e abrigará, além da montagem final de subconjuntos estruturais, a produção de outros segmentos aeronáuticos como tubulações, cablagem, além de atividades, como a modernização e manutenção de aeronaves. O investimento será de aproximadamente US$ 50 milhões. No curto prazo, as empresas também planejam investir US$ 5 milhões em treinamento, formação de mão de obra e infraestrutura industrial.