04/05/11 11h30

AGV compra a Exata e já projeta receita acima de US$ 687 milhões

Valor Econômico

Depois de três anos de negociação, a AGV anunciou ontem a compra da Exata, empresa líder no segmento de operação logística nas regiões Centro-Oeste e Norte do país. Com a aquisição, cujo valor é sigiloso por questão contratual, a AGV passa a atuar com armazenagem e transporte rodoviário em 20 Estados brasileiros. "Nenhum outro operador logístico no Brasil tem presença com armazéns próprios em tantos Estados. Com a Exata, damos um foco maior na região Centro-Norte, que tem um crescimento muito expressivo em termos populacionais. Consequentemente, o consumo vem a reboque", explica o presidente da AGV, Vasco Carvalho Oliveira Neto.

A companhia, nascida em Vinhedo (SP) há 12 anos, planeja encerrar este exercício com faturamento acima de R$ 1,1 bilhão (US$ 687,5 milhões), ante R$ 657 milhões (US$ 410,6 milhões) de 2010. O crescimento não será fruto apenas da compra da Exata. "Existem outros negócios em curso sobre os quais ainda não podemos falar", afirma Vasco. A Exata nasceu há 14 anos, como uma das empresas do grupo Arex. Hoje tem cerca de 35 clientes, conta com 550 funcionários e 15 centros de distribuição espalhados pelo país.

De acordo com Mauricio Pastorello, diretor-geral da Exata, a complementaridade de atuação da AGV e Exata não se limita ao aspecto geográfico. Contempla também a atuação nos respectivos setores. A AGV, por exemplo, tem grande destaque em bens de consumo. A Exata é focada principalmente nos setores de bens de consumo, eletroeletrônicos e automotivo. Entre seus principais clientes estão a Vivo, a Case New Holland (CNH) e a Ingenico.

A AGV nasceu em 1999 como armazéns gerais frigorífico de Vinhedo (daí as iniciais do nome). No primeiro mês, Neto percebeu que não bastava fazer a armazenagem, era preciso ser um operador logístico que oferecesse o maior número possível de soluções ao cliente. Até 2006 a empresa tinha foco muito grande no setor de medicamento veterinário. Quando conquistou praticamente 100% de participação desse mercado, no qual é líder até hoje, fez um plano de crescimento agressivo. A empresa diversificou os ramos de atuação, apostou na área de saúde humana e cosmético e buscou oportunidades de fusões e aquisições.

A empresa tem governança corporativa, é auditada, e tem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em agosto de 2008 o Equity International (que investe muito no setor imobiliário, como na Gafisa e BR Malls, no Brasil) entrou como sócio. Desde 2008 a empresa já adquiriu oito concorrentes pelo valor global de R$ 240 milhões  (US$ 150 milhões) de uma lista de 35 empresas elaborada em fins de 2006. No caso da Exata, os principais fatores de atração foram justamente o foco no segmento de tecnologia associado à cobertura regional. Além disso, o modelo de negócio das empresas é semelhante. Da mesma forma que a AGV, a Exata é uma empresa considerada "asset light" (carteira enxuta, com ativos básicos). Nos últimos três anos a AGV cresceu 6,5 vezes, sendo 60% de fusões e aquisições de empresas e 40% orgânico.