24/07/18 12h19

Agronegócio movimenta mais de R$ 118 milhões por ano em Jundiaí

Jornal de Jundiaí

Segundo o IBGE, a agropecuária respondia em 2015 (dados mais recentes disponíveis) por 5,02% do PIB brasileiro e 1,62% do estado de São Paulo. Em Jundiaí, que tem outros setores bastante pujantes – 7º maior parque industrial do estado e 6º maior parque de comércio e serviços -, a participação da agricultura no PIB é de 0,37%, com valor adicionado do setor atingindo R$ 118,6 milhões (34ª posição entre os 645 municípios paulistas). Um dado relevante é que a participação do agronegócio na produção de riqueza em Jundiaí é a mais significante entre os 12 maiores municípios do estado. O índice de 0,37% do PIB supera cidades como São Paulo (0,01), Campinas (0,23), Ribeirão Preto (0,31), Sorocaba (0,18), Paulínia (0,10), Guarulhos (0,09) e São José dos Campos (0,05), entre outras.

Para o gestor da Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT) da Prefeitura de Jundiaí, Eduardo Alvarez, investir em tecnologia é o caminho para que o setor continue se desenvolvendo no município. “Os produtores locais estão atentos a isso e muita coisa já evoluiu nos últimos anos. Antigamente, só se plantava uva no fim do ano e agora, graças à tecnologia e a novas formas de cultivo, é possível se programar melhor e aumentar a produção”, comenta Alvarez.

O prefeito Luiz Fernando Machado lembra que o setor agrícola tem uma importância muito grande para Jundiaí não só no que se refere aos aspectos econômicos. “Não podemos esquecer da questão da sustentabilidade, que é muito respeitada pelos produtores locais”, destaca. “A Administração reconhece a força do agronegócio, tanto que ampliamos a área de produção na horta do Vale Verde, na Etec Benedito Storani, para atender às nossas escolas municipais”, completa.

Mais eficiência

Dono de uma propriedade com 60 mil pés de uva, o agricultor João Bardi cita o cultivo protegido em “Y” como um exemplo de inovação implementada em sua fazenda no bairro Jundiaí Mirim. “Embora exija um pouco mais de investimento, essa técnica eleva a produtividade e, no fim, acaba compensando”, diz. “Apesar de toda a tecnologia disponível, o fator mais relevante continua sendo o clima. Se o tempo não ajudar fica muito complicado produzir de forma competitiva”, pondera. Além da uva, Bardi produz em sua propriedade ameixa, banana e caqui. Como comercializa salada de frutas, ele construiu um espaço isolado na fazenda onde é feito o processamento dos produtos que são vendidos em uma barraquinha no Paço Municipal e também diretamente na fazenda. O agricultor emprega 15 pessoas no local.

O cultivo protegido em “Y” é uma técnica introduzida e adaptada pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) para as condições do estado de São Paulo e consiste em associar o cultivo em sistema “Y” com o cultivo protegido da uva. No estado, o cultivo de uva de mesa, principalmente a Niágara Rosada, costuma utilizar o sistema de condução em espaldeira, uma espécie de cerca com três fios de arame, onde as plantas são conduzidas. Esse sistema é bastante simples com custo relativamente baixo. Por outro lado, o cultivo em “Y” associado ao protegido aumenta a produtividade em até 100% e diminui até 70% a incidência de doenças. Nessa técnica, os mourões são mais altos com estruturas em “Y”, que permitem que a arquitetura da planta seja modificada.

Certificações

Atenta à necessidade de profissionalização no setor, especialmente para atender a consumidores cada vez mais exigentes, a UGAAT lançou nessa segunda-feira (23), abrindo a Semana do Agricultor Jundiaiense, o Selo de Qualidade do Abastecimento.

“Trata-se de um momento ‘divisor de águas’ para o agronegócio local. A certificação é uma tendência nacional. O selo vai agregar valor aos produtos e dará segurança também aos compradores, que terão a certeza de que estão adquirindo itens feitos com qualidade”, explicou. O selo é dividido em quatro níveis: bronze, prata, ouro e diamante.

Também foi lançada a cartilha do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), um registro obrigatório para as empresas que processam alimentos de origem animal em Jundiaí. “A profissionalização é o caminho”, ressalta Alvarez. O selo foi entregue a 14 pessoas (feirantes e empreendedores). Já a cartilha e o registro do SIM foram dados a cinco empresários.