23/03/11 11h29

Agronegócio impulsiona saldo da balança paulista

DCI

Apesar do aumento de 38,9% nas importações do agronegócio no Estado de São Paulo neste primeiro bimestre, ante 2010, a balança comercial do setor fechou com superávit de US$ 1,08 bilhão, refletindo o bom momento vivido pelo setor. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão ligado à Secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento. No Brasil as exportações do agronegócio também ficaram mais altas, com incremento de 23,7%, ante os dois primeiros meses do ano passado.

A balança comercial do agronegócio paulista gerou um superávit de US$ 1,08 bilhão no primeiro bimestre de 2011, que representa uma queda de 14,96% ante o US$ 1,27 bilhão do mesmo período de 2010. Nesse período, as exportações cresceram em 9,8%, atingindo US$ 2,58 bilhões; ante os US$ 2,35 bilhões vistos em 2010. "O maior responsável por essa alta das exportações no primeiro bimestre ainda é o açúcar que continua com uma demanda muito aquecida no mercado internacional. Para que se tenha uma ideia o preço do produto está 20% mais alto que o álcool, o que justifica os usineiros ampliarem ainda mais a participação do açúcar nas usinas, ante o etanol", afirmou José Sidnei Gonçalves, responsável pela pesquisa do IEA.

O diretor da empresa Archer Consulting, Arnaldo Correa, frisou que a média de preços do açúcar ficou aproximadamente 25% mais alto neste primeiro bimestre, se comparado ao mesmo período do ano passado, saltando de US$ 440 a tonelada em 2010, para US$ 550 este ano. "O açúcar vem obtendo resultados muito positivos nos últimos doze meses. Nem o dólar desvalorizado ajudou a recuar os preços, pois a demanda é tão grande, que os valores obtidos estão compensando. O preço do açúcar ficou em média, nesses dois primeiros meses, a US$ 550 por tonelada, ante os US$ 440 do ano passado. Tanto que chegou a seu preço mais alto justamente em fevereiro deste ano", disse ele.

Enquanto isso, as importações do estado tiveram um acréscimo de 38,9% neste bimestre, somando US$ 1,50 bilhão, contra os US$ 1,08 bilhão do ano anterior. Gonçalves contou que isso resultou em uma redução de 15% no saldo comercial em relação ao primeiro bimestre de 2010, atingindo US$ 1,08 bilhão, contra os US$ 1,27 bilhão registrados no ano passado. "O cambio continua interferindo nos resultados do agronegócio, pois temos um mercado interno crescente que puxa os preços para cima por conta da demanda. O cambio nessa média abaixo de R$ 1,7 é muito complicado para exportar. Por isso, a velocidade das importações é maior que a exportação. Mesmo com o mercado internacional de commodities aquecido, esses preços ainda não compensam o cambio".