04/10/13 14h00

AES Tietê pretende investir R$ 637 milhões até 2016

Brasil Econômico

Das nove geradoras da companhia, quatro já concluíram obras de atualização de suas plantas

A AES Tietê prevê realizar investimentos na ordem de R$ 213 milhões neste ano com foco na modernização da sua maior usina, de Água Vermelha - localizada na fronteira de São Paulo com Goiás e Minas Gerais -,  e responsável pela geração de 1396 MW/h dos 2.658 MW/h gerados pela companhia. O processo começou na semana passada e consiste na melhora de cada máquina individualmente, uma vez que o funcionamento é quase ininterrupto.

Das nove usinas da companhia, quatro já estão modernizadas e as outras cinco passarão pelo processo até 2017, com investimento total previsto de R$ 637 milhões no período. A modernização reduz o risco das paradas forçadas das máquinas e possibilita o controle remoto da operação. "Nos últimos três anos houve redução de 83% das paradas forçadas das máquinas. O objetivo é ganhar mais eficiência e precisão", afirma o presidente da empresa, Britaldo Soares.

Outro alvo de investimento é a construção de termoelétricas, mesmo com a dificuldade no fornecimento de gás. Para cumprir a obrigação contratual com o governo de São Paulo, de aumentar em 15% a capacidade de geração com incremento de 550 MW, a Termo São Paulo já tem licença ambiental. "Falta o fornecimento de gás para levar adiante o projeto", diz Soares. Diversos pedidos foram feitos para a Petrobras, mas não houve resposta positiva.

Diante do baixo nível dos reservatótios, a necessidade de energia térmica na totalidade do sistema elétrico neste ano foi de 13 GW. Para o ano que vem, a projeção da companhia é de 9 GW a 10 GW, a depender do volume de chuvas em 2014. "Essa projeção é feita em um cenário de período de chuva normal", diz Soares, que defende uma mudança de metodologia dos leilões para viabilizar o fornecimento de gás. Atualmente, as empresas fornecedoras de gás precisam provar uma enorme capacidade de fornecimento. "Essa garantia deveria ser feita para comprovar a necessidade de fornecimento de gás relativa a cada leilão", diz. Para gerar 100 MW, é preciso 6 milhões de metros cúbicos de gás.

Eletropaulo
A AES Tietê passa por um processo de reposicionamento da carteira, uma vez que em dezembro de 2015 acaba o contrato com a Eletropaulo, que hoje responde por quase 90% da receita da companhia. De acordo com o vice-presidente de mercado, Francisco Moradi, 40 novos clientes já irão garantir a compra de 455 MW/m, dos 1.268 MW/m negociados com a Eletropaulo.

O valor do contrato bilateral com a distribuidora hoje é de R$ 194 MW/h. No entanto, o valor dos contratos com os novos clientes será menor, mais próximo do preço médio do mercado de longo prazo, de R$ 125 MW/h. "Vai ter uma redução no valor, mas não conseguimos saber exatamente quanto ainda", diz Moradi. Na avaliação da analista da Coinvalores Karina Freitas, a diferença de preço pode significar queda de 30% na receita. Soares confirma que deve haver perda na receita, mas prefere não projetar um percentual.