AES lança plataforma para inovação no setor
Valor EconômicoCom o lançamento da plataforma AES Brasil de Inovação, a companhia americana vai alocar recursos das verbas reguladas obrigatórias de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em dois projetos de start-ups que desenvolverão soluções e oportunidades de negócios voltados para eficiência energética, geração distribuída, veículos elétricos, baterias e internet das coisas.
"Queremos co-criar, fazer parte de um grupo maior para desenvolver soluções, oportunidades de negócios", disse Teresa Vernaglia, vice-presidente de Desenvolvimento Estratégico da AES Brasil. Segundo ela, apesar de o projeto estar sendo divulgado agora, a AES Brasil trabalha nele há mais de um ano.
A companhia receberá de amanhã até 23 de outubro os projetos. A expectativa é de pelo menos cem projetos serão cadastrados, afirmou Teresa. Desses projetos, vinte serão selecionados para passar por uma fase de análises e entrevistas. Depois, a AES Brasil vai escolher oito para um workshop, e dois serão selecionados para as fases de aceleração e implantação.
"Vamos usar a verba regulada da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], estimamos que os dois projetos que serão aprovados vão levar R$ 500 mil cada um", disse Rodrigo D'Elia, diretor de desenvolvimento de novas tecnologias.
A AES Brasil não terá participação societária nas start-ups. A contrapartida será parte da propriedade intelectual dos projetos. "Queremos estar próximos dessa nova fronteira do setor. Inovar também é parte do setor elétrico, não dá pra ficar de fora", afirmou D'Elia.
A AES Brasil tem a obrigação regulatória de investir cerca de R$ 100 milhões por ano em projetos de P&D e em eficiência energética. O investimento inicial na plataforma, de R$ 1 milhão, pode ser reavaliado dependendo dos projetos escolhidos, disse D'Elia.
"Esse é o primeiro projeto que mostra o potencial que nós temos a partir dos recursos disponibilizados", disse Teresa. Segundo ela, essa oportunidade de investir um recurso regulado e obrigatório nas start-ups é "diferenciada", pois as empresas que receberão os recursos não teriam condições de avançar com os projetos.