29/01/10 11h17

AES amplia projetos no Brasil e planeja crescer na distribuição

Valor Econômico

O discurso até o ano passado era de comprar a parte do BNDESPar na Brasiliana (holding que abriga a AES Tietê e a Eletropaulo) e fazer a expansão obrigatória da Tietê no Estado de São Paulo. E isso já exigiria alguns bilhões de reais. O discurso mudou. Ficou muito mais ousado, desafiando todos os grandes grupos que despontaram nos últimos tempos como compradores da Eletropaulo e da Tietê. O presidente da AES Brasil, Britaldo Soares, fala agora em comprar outras distribuidoras fora do guarda-chuva da Brasiliana, além de planos para crescer em geração hidrelétrica e termelétrica.

Se é só discurso, isso só o tempo dirá. Mas Soares dá todas essas declarações apenas dois meses depois de o fundo soberano chinês ter desembarcado na AES Corp, comprando 15% das ações da companhia por US$ 2 bilhões. Esse fundo administra um capital de US$ 300 bilhões, e deixou a AES em uma situação confortável após uma crise financeira. Soares se mostra muito confiante ao dizer que a página está virada e que agora é hora de crescer. Ele se refere ao acordo em torno da dívida que a empresa ainda tinha com o BNDES e que foi resolvida com a venda das ações que detinha na Cemig para a Andrade Gutierrez, que assumiu a dívida de R$ 2,1 bilhões (US$ 1,15 bilhão). Mas os planos de crescimentos não foram discutidos com o governo.

Em distribuição a AES quer crescer fora da holding Brasiliana, a não ser que o BNDES decida vender sua parte e deixar a sociedade firmada em um dos acertos de contas feito com os americanos. Mas na geração, a ideia é usar a AES Tietê, que tem o banco como sócio, e hoje gera caixa e distribui 100% de dividendos pois não tem investimentos e seu endividamento é baixo. "A Tietê tem capacidade para dobrar de tamanho", diz Britaldo. A empresa de geração tem usinas com capacidade de gerar 2,7 mil megawatts (MW).