27/11/13 14h52

Aeroporto de Viracopos negocia instalação de hotel

Correio Popular - Campinas

Concessionária planeja estrutura paralela para atrair novas companhias; Azul construirá hangares

O contrato para a construção do primeiro hotel dentro do Aeroporto Internacional de Viracopos será assinado no início de dezembro, segundo previsão da Aeroportos Brasil Viracopos (ABV), que negocia com duas redes internacionais a implantação de um hotel com 450 quartos dentro do sítio aeroportuário.

A área reservada para a implantação é ao lado do edifício-garagem que está em construção, junto ao novo terminal de passageiros.

Assim que o contrato for assinado, informou o diretor comercial da ABV, Aluízio Margarido, a empresa terá 36 meses para iniciar as operações do hotel. Uma das redes que negocia com Viracopos é a Tryp, empresa com hotel no Aeroporto Internacional de Guarulhos e que também está instalada em Campinas, no Cambuí.

O hotel, segundo Margarido, terá 250 quartos de categoria econômica e 200 midscale (classe intermediária entre luxo e padrão). Dos 36 meses previstos para a entrada em operação, 24 meses serão destinados à construção do prédio. O valor do investimento não foi divulgado.

O hotel é parte de um grupo de investimentos pesados que ainda irão ocorrer no aeroporto de Campinas para torná-lo mais competitivo e atrair passageiros e companhias aéreas. A concessionária trabalha em um plano de desenvolvimento de negócios imobiliários para a atração de empreendimentos dentro do sítio aeroportuário, para que a área possa ser fonte de receitas e permitir, assim, que a concessionária consiga desonerar as companhia aéreas das taxas que precisam pagar para acessar Viracopos.

Hotéis, áreas de logística, edifícios corporativos, áreas de saúde, educação e cultura estão entre as possibilidades de novas receitas, disse o diretor Aluízio Margarido. Até mesmo a implantação de um centro de convenções no atual terminal de passageiros que será desativado em 2014, poderá ocorrer.

A ABV quer desonerar as empresas aéreas. “Nos Estados Unidos tem alguns aeroportos que pagam para a companhia aéreas pousarem. No Brasil nós cobramos”, disse, sem no entanto informar se Viracopos poderá isentar as empresas das taxas. “Estamos começando o trabalho de aumentar nossas receitas com outras fontes”, afirmou.

A maior receita do aeroporto, hoje, vem do transporte de cargas, e por isso a concessionária não está perdendo de vista investimentos nesse setor. Hoje Viracopos movimenta 698 tonelada de cargas diárias e há 23 companhias cargueiras operando regularmente para atender 175 países em exportação e 148 em importação. Para atender esse movimento há 11 posições de pátio de aeronaves, com o maior complexo frigorífico da América Latina. O plano de investimentos vai elevar, no final da concessão, a ampliação de cargas transportadas para mais de um milhão de toneladas.

A concessionária e a Prefeitura de Campinas estão estudando a possibilidade de criar uma empresa de capital misto para fazer o plano urbanístico do entorno do aeroporto — que apontará as áreas que serão destinadas às indústrias, à logística, às residências de alto padrão, às residências populares e às áreas que serão preservadas — e atrair investimentos para aquela região. A proposta é usar o modelo adotado no Aeroporto de Schiphol, em Amsterdam, e que se tornou um case de sucesso — 21% de todas as empresas estrangeiras instaladas na Holanda estão na região do aeroporto — para definir a Macrozona 7.