09/03/18 12h02

Aéreas já traçam planos para céus abertos

Valor Econômico

A Azul vai negociar formas de parceria com a United Airlines, terceira maior companhia aérea dos Estados Unidos, para explorar rotas entre os dois países assim que o acordo de céus abertos for sancionado pelo presidente Michel Temer. O pacto foi aprovado pelo Senado na quarta-feira e permite a abertura ou encerramento de novas rotas entre o Brasil e os EUA de forma livre, sem os limites atuais de 301 voos semanais.

O próximo passo da Azul será buscar alianças com o seu parceiro United, disse o presidente da Azul, John Rodgerson, quando perguntado em teleconferência de analistas, ontem, sobre o que a companhia pretende fazer agora.

A United é sócia minoritária da Azul, com cerca de 5% do capital da companhia brasileira. Ambas já têm acordo de "code share", em que um passageiro que embarca em um país para outro, com conexão para seguir viagem, pode fazer parte do trajeto em uma empresa e o outro segmento da viagem na empresa parceira. Agora, a Azul quer ampliar essa aliança para definir conjuntamente toda a malha internacional entre o Brasil e os EUA.

Nos resultados do quarto trimestre divulgados ontem, a Azul informou lucro líquido de R$ 303,7 milhões, seis vezes mais que os R$ 51,3 milhões de um ano antes. A receita subiu 20,5% para R$ 2,2 bilhões no período. A aérea fechou 2017 com lucro acumulado de R$ 529 milhões, ante prejuízo de R$ 126,3 milhões um ano antes, e receita de R$ 7,8 bilhões, ou 16,8% maior que há um ano.

A Latam Airlines Brasil também considerou a aprovação do acordo positiva. "Beneficia toda a sociedade brasileira e é fundamental para o desenvolvimento da aviação nacional", disse Jerome Cadier, presidente da companhia. "Os céus abertos vão incentivar o aumento das operações aéreas internacionais entre o nosso país e os Estados Unidos, proporcionando aos passageiros mais opções de viagem, destinos e conexões, além de melhores horários."

Segundo a Latam, esses acordos promovem maior competição entre as empresas aéreas e um mercado de aviação mais moderno. Países que contam com a medida registram aumentos substanciais de voos entre as nações signatárias.

Doug Parker, presidente da American Airlines, a maior empresa aérea dos EUA, disse que a aprovação do pacto abrirá caminho para a implementação de compartilhamento de voos com a Latam Airlines Brasil. "Os acordos de céus abertos comprovadamente resultam em um aumento das opções de voos e incremento da competição, levando benefícios para consumidores e impactando positivamente no crescimento econômico dos países signatários", afirmou a American Airlines, em nota.

Para o Movimento Céus Abertos, que reúne empresas e entidades, o pacto vai estimular o turismo e a economia do País.