19/06/10 10h58

Açúcar vive onda de fusões e aquisições

Folha de S. Paulo

A consolidação do mercado brasileiro de açúcar e álcool continua. Enquanto algumas empresas de menor porte são compradas, outras se juntam para enfrentar os novos desafios do setor. A mais nova união foi a do grupo Clealco -duas usinas- com a Copersucar, que, agora, soma 39 empresas. Para Plinio Nastari, da Datagro, novos investimentos virão e deverão ser destinados a fusões e a aquisições. "No passado, houve um "efeito manada" devido à empolgação com o etanol. Agora, o mercado está passando por ajustes", disse ele em seminário no final de maio, em Nova York (EUA). Presente ao seminário, Leonardo Bichara da Rocha, da Organização Internacional do Açúcar, disse que as grandes empresas representam 30% do setor no Brasil, percentual bem menor do que em outras commodities.

Já o diretor de desenvolvimento de açúcar e bioenergia da Bunge USA, Ben Pearcy, diz que os novos investimentos no setor serão para fusões e aquisições porque ainda há muitas empresas com dificuldades financeiras. "A procura é maior do lado vendedor do que do comprador." No final de dezembro, a Bunge adquiriu cinco das seis usinas do grupo Moema, no interior de São Paulo, por US$ 1,5 bilhão -um dos maiores negócios do setor sucroalcooleiro no país. Com isso, a empresa deve triplicar sua capacidade de produção. Segundo o executivo, a Bunge continua analisando a possibilidade de novas compras. "Se você quer investir em açúcar e etanol, o Brasil é o primeiro lugar para isso. A demanda por etanol está crescendo mais de 10% ao ano", diz Pearcy. Assim como a Bunge, a Cosan também está aberta às compras, diz Rubens Ometto. Outra que chegou com força no setor e deve elevar participação foi a Petrobras, que está associada à Tereos nos negócios da Guarani.