01/06/10 10h37

Açúcar Guarani compra Usina Mandú

O Estado de S. Paulo

Capitalizada pela recente injeção de R$ 682 milhões (US$ 378,9 milhões) feita pela Petrobras Biocombustível, a Açúcar Guarani deu início ao projeto de expansão prometido no momento do fechamento da parceria entre as duas empresas. Por R$ 345 milhões (US$ 191,7 milhões), a Guarani adquiriu a Usina Mandú, depois de três meses de negociações e de enfrentar concorrentes de peso, como Cosan e Bunge. "Estamos utilizando os recursos da Petrobras Biocombustível para crescer, seja por meio de oportunidades de aquisição, seja através de expansão orgânica", afirma o diretor-presidente da Guarani, Jacyr Costa Filho.

Ele considera a Usina Mandú estratégica para a empresa, uma vez que está próxima às demais usinas do grupo. A sinergia gerada pela proximidade é importante para a redução de custos em investimentos agrícolas, industriais e logísticos. A Mandú localiza-se em Guaíra, no noroeste paulista, região na qual a produtividade da cana é superior à média brasileira, e onde também estão localizadas todas as seis usinas da Guarani: São José, Cruz Alta, Tanabi, Severínia, Andrade e Vertente (nesta, a Guarani possui 50% do capital).

Em volume de cana-de-açúcar processado, a Mandú adicionará 3,5 milhões de toneladas às 17,2 milhões de toneladas da Guarani, elevando o total do grupo para 20,7 milhões de toneladas na atual safra 2010/11. Com a Mandú, a Guarani ocupará o terceiro lugar no ranking dos principais produtores do Brasil, atrás apenas da Cosan e da Louis Dreyfus. Segundo o executivo, além dos R$ 345 milhões (US$ 191,7 milhões) pagos pela usina, dos quais R$ 260 milhões (US$ 144,4 milhões) já foram desembolsados, a Guarani também assumiu a dívida da Mandú, de R$ 255 milhões (US$ 141,7 milhões). Um volume entre 40% a 45% dessa dívida é de curto prazo.

O diretor-presidente da Guarani diz que o perfil de produção da Mandú se enquadra na estratégia da empresa de elevar a produção de etanol. Na Mandú, 60% da cana é utilizada para a produção de etanol e 40% para a de açúcar. Atualmente, em todas as usinas da Guarani, o mix de produção é mais açucareiro, com 60% da cana para açúcar e 40% para etanol. A integração da Mandú às demais usinas fará com que o mix se aproxime da proporção 50% de etanol/50% de açúcar, como quer a Petrobrás Biocombustível. Atualmente, a Mandú produz 200 mil toneladas de açúcar, 175 milhões de litros de etanol e 12 MW de bioeletricidade. Segundo Costa, existe um projeto de expansão da cogeração em mais de 40 MW, parte dele já realizado.