02/11/06 16h19

Açúcar é 2º nas exportações do agronegócio

Folha de S. Paulo - 02/11/2006

Mesmo com todos os problemas vividos pela agropecuária brasileira neste ano, as receitas externas ainda são superiores às de 2005. Considerando apenas 13 dos principais itens de exportação do agronegócio nacional, as receitas somam US$ 24,5 bilhões de janeiro a outubro, 2% acima do valor de igual período de 2005. As receitas são superiores porque as perdas registradas no setor de carnes, principalmente com frango e suínos, foram compensadas pelas obtidas com açúcar e álcool -destaques das vendas externas neste ano. Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior indicam que o complexo soja ainda lidera as exportações do agronegócio neste ano, somando US$ 8 bilhões até outubro. Essa liderança vem, basicamente, das exportações de matérias-primas e de poucos produtos com valor agregado. O valor da soja em grãos exportada subiu para 66% das receitas obtidas no setor da oleaginosa. Essa taxa, que é crescente, era de 60% no ano passado. Mas o segundo lugar passou a ser do complexo açúcar e álcool, ocupado no ano passado pelas carnes. A elevação dos preços no mercado externo e a forte demanda internacional por açúcar e álcool fizeram com que o Brasil arrecadasse US$ 6,2 bilhões com as vendas externas desses produtos até o mês passado. As receitas devem ficar próximas de US$ 8 bilhões no ano. As receitas com álcool atingiram US$ 1,3 bilhão neste ano, 121% a mais do que em idêntico período de 2005. As exportações de açúcar devem continuar no ritmo atual, mas as de álcool vão perder fôlego e não repetem, neste final de ano, o mesmo desempenho verificado até agora.
O setor de celulose também teve boa evolução, somando US$ 2 bilhões até outubro, 27% a mais do que no mesmo período do ano passado. O setor de café, após uma fase de sucessivas perdas nos primeiros anos desta década, continua aumentando as receitas externas, que chegaram a US$ 2,3 bilhões neste ano, 10% a mais do que em igual período do ano passado.