01/02/11 10h33

Açotubo cresce a ritmo acelerado e prevê faturar US$ 588 milhões em 2012

Valor Econômico

 

Nem de longe a Açotubo lembra hoje suas origens: uma fornecedora de sucata de ferro e aço a siderúrgicas. Sob a gestão dos atuais sócios, um ramo da família italiana Bassi que chegou ao Brasil no fim do século 19, foi fundada em 1973, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Desde então, com o aprimoramento de suas operações, cresceu sem parar e transformou-se na maior distribuidora de tubos do país. Para 2012, projeta superar a marca de R$ 1 bilhão (US$ 588,2 milhões) de faturamento. Isso significa dobrar de tamanho em comparação a dois anos atrás.

O foco de atuação dos Bassi, na figura de três irmãos acionistas, é um amplo leque de atividades: desde o mercado de obras ligadas ao setor de petróleo e gás, no qual tem como clientes importantes a Petrobras e suas prestadoras de serviços, passando pelos setores agrícola, de máquinas e equipamentos, químico e petroquímico e de energia até fabricantes de autos e motopeças. Esse leque não para por aí. Para diversificar os negócios, três anos atrás os Bassi fizeram sua primeira grande aquisição, Compraram a Artex, uma empresa instalada no Rio de Janeiro com atuação no mercado de aço inox. Com isso, passou a atender indústrias de bebidas e alimentícia, redes hospitalares e o mercado da construção civil. Ao todo, foram investidos R$ 55 milhões (US$ 32,4 milhões), incluindo transferência dos ativos para São Paulo e a modernização das instalações. Pela primeira vez, usaram uma linha de financiamento do BNDES, que garantiu 30% do total dos recursos.

A filosofia da Açotubo, que atua com praticamente 100% de tubos nacionais, é crescer com operações pequenas e cada passo é dado depois de muito estudo, comenta Luiz Eugênio, presidente e que se dedica à área operacional. A companhia conta atualmente com carteira de 15 mil a 18 mil clientes ativos, os quais fazem pedidos de compras desde 30 quilos até 30 toneladas. Um dos seus mais recentes pedidos veio da hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO): foi um lote de 450 toneladas. Para atender a demanda do interior paulista, que cresce em máquinas agrícolas e em outros setores industriais, recentemente abriu a sexta filial do grupo, em Sertãozinho. Também no ao passado, fez uma parceria com a Gerdau Aços Especiais para vender esse tipo de aço grandes fabricantes de autopeças.

Na sua ampla instalação no bairro de Cumbica, a Açotubo não apenas vende tubos. Em sua linha de máquinas faz o corte, a laser, e o acabamento do material que recebe de Vallourec e ConfabTenaris, serviços que adicionam valor às suas operações. A Incotep é especializada em produtos trefilados, usados para fabricar autopeças e motopeças. Para a Artex, que enfrentava problemas, mas tem uma marca forte, os novos donos já vislumbram dobrar sua participação de mercado, atualmente de 8%. Só perde para a Amorim, da Aperam (ex- ArcelorMittal Inox).

A expansão da economia do país já deixa os Bassi em alerta. Com capacidade de operar 11 mil toneladas ao mês e já com vendas acima de 8 mil, em breve terão de pensar em nova expansão das instalações. Cerca de 70% do faturamento do grupo, que para 2011 está projetado na casa de R$ 900 milhões (US$ 529,4 milhões), vem da Açotubo. Representará alta de 27% sobre 2010, repetindo o desempenho obtido no ano anterior. O restante é dividido meio a meio entre Incotep e Artex. "Sempre crescemos acima da taxa do PIB", dizem os irmãos, orgulhosos de não carregar dívida bancária. "Se o país continuar crescendo ao ritmo anual de 5% pode faltar aço e outros materiais", afirmam.