29/12/22 10h39

Acordo com Petrobras pavimenta estreia da chinesa CNOOC no mercado de gás

Chinesa fecha contrato para acessar a infraestrutura de escoamento e processamento de gás natural do pré-sal

EPBR

Ao fechar contrato com a Petrobras, para acessar a infraestrutura de escoamento e processamento de gás natural do pré-sal, a chinesa CNOOC dá um passo importante para se posicionar como uma nova fornecedora da molécula no mercado brasileiro.

 

A companhia é sócia da Petrobras no megacampo de Búzios e vende, hoje, a sua parcela de gás no ativo para a estatal brasileira. A agência epbr apurou que o contrato vence no fim deste ano e envolve a entrega de 260 mil m3/dia.

 

Com a entrada em operação do Projeto Integrado Rota 3, em 2024, contudo, os volumes de gás da CNOOC devem aumentar.

 

O campo de Búzios deve receber, até 2027, mais sete plataformas do tipo FPSO – que somam uma capacidade de processamento de gás de 68,4 milhões de m3/dia. Nem todo esse volume, contudo, estará disponível ao mercado.

 

A CNOOC passou a deter, este mês, 7,34% da jazida compartilhada de Búzios, depois de pagar R$ 10,3 bilhões à Petrobras, em novembro, por uma fatia adicional no campo. A Petrobras opera o ativo, com 88,99%, e a chinesa CNODC tem 3,67%.

 

Com a proximidade do encerramento do contrato para venda de seu gás à Petrobras, a CNOOC foi ao mercado este ano, em busca de novas alternativas, segundo fontes.

 

Ainda não está claro qual será o destino do gás da chinesa em 2023: se a companhia repassará a sua molécula para outro comercializador (ou até mesmo renovar com a Petrobras) ou se a CNOOC buscará, ela própria, um contrato direto com alguma distribuidora ou consumidor livre no mercado.

 

Em nota divulgada na terça (27/12) ao mercado, a Petrobras citou que o acesso da CNOOC à infraestrutura de escoamento e processamento viabilizará o atendimento direto ao mercado pela companhia chinesa a partir de janeiro de 2023.

 

Mercado pode ganhar novo supridor

 

Com o contrato assinado com a Petrobras, a CNOOC acessará o Sistema Integrado de Processamento (SIP) e o Sistema Integrado de Escoamento da Bacia de Santos (SIE-BS).

 

Com isso, a chinesa poderá escoar o gás de Búzios por qualquer uma das rotas de exportação do SIE-BS e processá-lo nas plantas de propriedade da Petrobras.

 

Isso inclui os gasodutos de escoamento Rotas 1 e 2, operacionais, e a Rota 3, em construção, além das unidades de processamento da estatal brasileira em Caraguatatuba (SP), Cabiúnas e Itaboraí (em construção), ambas no Rio de Janeiro.

 

A abertura das infraestruturas essenciais para terceiros está em linha com os compromissos assumidos pela Petrobras com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2019, para promover a abertura do mercado de gás.

 

O acesso da CNOOC ao sistema de escoamento e processamento do pré-sal é um indicativo de que a chinesa pode estrear em breve como uma fornecedora de gás no mercado brasileiro.

 

A Petrobras tem acordos semelhantes para compartilhamento da infraestrutura com produtores que acabaram se tornando protagonistas no processo de abertura do setor este ano.

 

O primeiro contrato da Petrobras com um produtor privado do pré-sal para acesso às unidades de processamento foi assinado em 2022 com a Petrogal.

 

A estatal também compartilha, desde 2022, o Sistema de Escoamento e a planta de processamento de Guamaré (RN) com a PetroReconcavo.

 

Além disso, a Petrobras tem contratos assinados com Repsol Sinopec e Shell para swap de gás natural – pelo qual a estatal processa o gás produzido pelas sócias e disponibiliza para o carregamento até seus clientes.

 

Esses acordos permitiram a entrada de novos fornecedores no mercado.

 

Ao todo, já são ao menos doze os novos supridores com contratos assinados com as distribuidoras e clientes industriais livres no país.

 

Fonte: https://epbr.com.br/acordo-com-petrobras-pavimenta-estreia-da-chinesa-cnooc-no-mercado-de-gas/