08/06/09 14h20

Ações do Brasil captam maior valor desde 2007

Valor Econômico - 08/06/2009

O mês virou, mas o interesse dos investidores mundiais no tema emergentes continuou o mesmo, mostrando que a máxima "venda em maio e vá embora" ("sell in May and go away") não foi válida para 2009. A virada de maio para junho foi particularmente interessantes para os fundos de ações internacionais dedicados ao Brasil, que receberam US$ 832 milhões na semana encerrada em 3 de junho. Isso fez da semana a melhor desde o começo do quarto trimestre de 2007, segundo dados da consultoria americana EPFR Global. A consultoria acompanha fundos que investem ao redor do mundo e acumulam um patrimônio de US$ 11 trilhões. Considerando apenas os dados de maio, a EPFR Global aponta que os fundos de ações dedicados à América Latina receberam US$ 2,8 bilhões, dos quais US$ 2,1 bilhões foram destinados ao Brasil. Ampliando o escopo para todos os fundos de ações acompanhados pela consultoria - que inclui por exemplo fundos globais ou Bric, abreviação de Brasil, Rússia, Índia e China -, a soma destinada para a América Latina em maio sobe para US$ 3,8 bilhões, sendo que os recursos enviados ao Brasil chegam a US$ 3,2 bilhões.

Os dados da EPFR Global reforçam os números da própria Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que mostraram saldo recorde de R$ 6,08 bilhões (US$ 2,9 bilhões) em investimento estrangeiro durante o mês passado. No ano, o saldo acumulado atingiu R$ 11 bilhões (US$ 5,2 bilhões).

O período compreendido entre 27 de maio e 3 de junho foi marcado por uma maior atenção dos agentes à massiva emissão de títulos pelos governos dos países desenvolvidos para combater a crise global e o receio com os efeitos de longo prazo dessas emissões sobre as moedas utilizadas como reserva de valor, como o dólar, a libra e o iene. Tal preocupação levou os investidores a destinar ainda mais dinheiro para os fundos com exposição aos mercados emergentes, commodities e energia.