Aceleratech vira Ace e mira atuação internacional
Empresa que apoia startups se prepara para alçar voos em outros países em 2017, com foco em emergentes na Ásia e na América Latina
Estado de S. PauloA aceleradora brasileira de startups Aceleratech acaba de passar por um turbilhão de mudanças, que vão preparar a empresa para explorar o mercado internacional. Para começar, trocou de nome. Agora chamada Ace, a empresa ampliou seu leque de serviços e vai inaugurar três novos escritórios no Rio de Janeiro, em Curitiba e em Goiânia em setembro. Os planos para atuar fora do Brasil devem começar a sair do papel em 2017, com a abertura de escritórios em outros países da América Latina ou Ásia.
“Queremos replicar o modelo de aceleração de novas empresas que criamos no Brasil para outros países com características similares”, diz o cofundador e presidente executivo da Ace, Pedro Waengertner.
Considerada uma das principais aceleradoras do País, a Ace já investiu mais de R$ 2 milhões em startups brasileiras desde sua fundação, em agosto de 2012, e ajudou empreendedores a levantar R$ 30 milhões com investidores. No total, cerca de 70 empresas passaram pelo processo de aceleração de crescimento, que envolve orientação e atração de investidores -anjo interessados em fazer aportes de capital em companhias nascentes (leia box). Segundo Waengertner, a aceleradora tem mais de 600 investidores anjo cadastrados; deste total, cem têm compromisso de fazer investimentos regulares nos negócios selecionados.
Serviços. A Ace ganhou espaço no mercado pelo programa de aceleração de startups, mas agora a ideia é oferecer um portfólio de serviços que acompanhe o empreendedor com potencial mesmo que a ideia ainda não esteja totalmente formatada. “Somos procurados com frequência por empreendedores que ainda não estão prontos para a aceleração”, diz Waengertner. “Agora, não precisamos perder esse empreendedor. Podemos ajudá-lo.”
Isso será possível por meio do programa University, por meio do qual a empresa oferece treinamentos para que os empreendedores desenvolvam habilidades e concretizem os planos de empreender. As startups em estágio inicial – anterior à validação do produto ou serviço – também terão seu lugar: no programa Start, os empreendedores poderão receber investimento sem contrapartida e passarão quatro meses estruturando o negócio.
A empresa manteve o programa de aceleração, agora chamado Growth. Nele, startups mais maduras, que já têm produtos ou serviços no mercado e recebem investimento de R$ 150 mil. Ao fim do programa de aceleração, que dura seis meses, as melhores empresas podem receber mais R$ 300 mil. A Ace realiza duas turmas de aceleração por ano e recebe cerca de 700 inscrições por processo seletivo, que escolhe entre cinco e dez startups.
“Aumentamos o valor investido porque queremos participar cada vez mais do desenvolvimento dos empreendedores e atrair talentos cada vez melhores”, explica Waengertner.
Perspectivas. De acordo com o presidente da Ace, a empresa pretende investir até R$ 3 milhões em startups ao longo de 2016, por meio da unidade de São Paulo e dos três novos escritórios, nos quais a Ace já detectou um número expressivo de startups. “Vemos uma grande evolução do ecossistema nos últimos anos e estamos otimistas”, diz Waengertner.
Na contramão da crise econômica, as startups brasileiras continuam a crescer. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), divulgado em fevereiro, o número de startups brasileiras em operação no Brasil cresceu 30,4% entre março e dezembro de 2015, chegando a 4,1 mil empresas. A perspectiva é de que o número de empresas volte a apresentar expressivo crescimento em 2016.