10/04/08 10h31

Accor e WTorre criam parceria de US$ 285,7 mi

Folha de S. Paulo - 10/04/2008

O grupo hoteleiro Accor e a construtora WTorre anunciaram ontem a criação de uma joint venture para a construção de 20 hotéis, que exigirão investimentos de R$ 500 milhões (US$ 285,7 milhões) até 2011. Desse total, 80% serão aplicados pela WTorre e 20% pela Accor. "A parceria com grandes investidores é inédita na América Latina e pretendemos repetir o formato tanto no Brasil como em outros países da região", afirma Firmin António, diretor-geral do grupo Accor para América Latina. As unidades a serem erguidas pela joint venture brasileira serão voltadas aos segmentos econômicos e supereconômicos. Serão 13 Ibis e sete Formule 1 espalhados por 11 cidades. Eles dobrarão o número de hotéis dessas categorias do grupo Accor no Brasil. O primeiro será um Ibis, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Walter Torre Jr. acionista da WTorre, espera rentabilidade entre 12% e 15% ao ano, quando os hotéis estiverem em operação. Apesar de a parceria consolidar os laços entre as empresas, ele afirma que a bandeira do hotel que a WTorre está construindo no antigo prédio da Eletropaulo, na avenida Juscelino Kubitschek, não está definida. "Estão concorrendo operadoras hoteleiras de todo o mundo", diz Torre Jr. Com rentabilidade menor do que as categorias de luxo, Ibis e Formule 1 foram escolhidas por terem as maiores taxas de ocupação da rede. Com diárias médias de R$ 130 (US$ 74,3), os Ibis tiveram ocupação de 76% em 2007. Já os Formule 1 custam em torno de R$ 90 (US$ 51,4) ao dia, com 82% dos quartos ocupados. "Hotéis econômicos resistem melhor a crises econômicas", afirmou Gilles Pélisson, diretor-geral do grupo Accor no mundo. Segundo ele, apesar de o grupo ter sentido o nervosismo do mercado americano, o primeiro trimestre foi bom para o setor, em todo o mundo. Para Ricardo Mader, sócio da consultoria HIA (Hotel Investments Advisors), a decisão de escolher o mercado econômico foi acertada, porque é a categoria de maior demanda no Brasil. "É a tarifa que cabe no bolso do brasileiro", diz Mader.