Accenture inaugura em São Paulo o primeiro estúdio de IA generativa da América Latina
A empresa possui outras 24 unidades focadas em oferecer respostas com tecnologia às necessidades de seus clientes
Mercado & ConsumoA Accenture Brasil inaugurou em São Paulo o primeiro estúdio de Inteligência Artificial (IA) generativa da América Latina. O espaço fica na Chácara Santo Antônio, na zona sul da capital paulista e foi oficialmente aberto na tarde desta terça-feira, 7, com palestras sobre tecnologia e a apresentação de cinco projetos. No mundo, a empresa possui outras 24 unidades focadas em oferecer respostas com tecnologia às necessidades de seus clientes.
Rodolfo Eschenbach, presidente da Accenture para o Brasil e América Latina, disse que o lançamento do estúdio faz parte do investimento de R$ 3 bilhões da companhia em dados e IA. “Os investimentos anunciados permitirão que os mais de 50 mil profissionais, que hoje já temos especializados em IA, cheguem a 80 mil em 2026”, afirmou Eschenbach.
Flávia Picolo, líder de Tecnologia da Accenture para América Latina, observou que a IA já impactou os modelos de negócios em todo mundo. Ou seja, o investimento nessa área não é mais opcional para as empresas que quiserem permanecer relevantes no mercado. “No último ano, trabalhamos em mais de 700 projetos de IA generativa em diversos setores, e há muitas lições aprendidas. Isso é possível porque temos uma equipe especializada, reestruturada e focada nesses projetos”, explicou.
Para Vivek Luthra, líder de Data & AI da Accenture para Mercados em Crescimento, é importante atentar-se à privacidade e segurança de dados e à oferta de soluções conectadas com a sustentabilidade tanto do trabalho quanto do meio ambiente.
IA generativa para negócios
Os desenvolvedores da Accenture apresentaram cinco projetos desenvolvidos com IA generativa. Os modelos estão prontos para serem aplicados em soluções no mercado e vão desde segurança financeira a totem interativo.
Café impresso
O trocadilho do café expresso para impresso é válido neste caso. Um dos projetos que ganhou a atenção dos convidados, com direito a um cafezinho no final, foi o braço mecânico capaz de pegar a cápsula escolhida pelos clientes, com intensidades distintas.
Mas o encantamento não terminou por aí. Antes de servir o café, o equipamento levou a bebida a uma impressora onde o logotipo da Accenture foi impresso. O dispositivo foi desenvolvido para fazer impressões personalizadas. É rápido, portanto, no caso de bebidas quentes, não há perda significativa de calor. Também não altera o sabor.
Segurança financeira
Voltado para segurança financeira, a companhia desenvolveu um sistema capaz de identificar invasões de hackers, o prejuízo, rastrear toda operação de invasão e bloquear o invasor. A tecnologia consegue realizar em até 3 dias uma jornada completa de segurança de dados e oferecer um relatório ajustado à necessidade do cliente – mais técnico, mais jurídico, por exemplo. De acordo com Vanessa Fonseca, líder da Accenture Security Brasil, sem a ferramenta de IA, o trabalho levaria entre 3 a 4 semanas para ser concluído.
O sistema foi testado em uma instituição financeira e os resultados foram apresentados pela executiva. O software é bastante intuitivo. A IA guia o usuário a responder perguntas para gerar ações, como mapear os prejuízos e conter o ataque cibernético.
Totem humanizado
Tão atraente quanto a bela sereia do folclore brasileiro – metade mulher, metade peixe -, a Iara apresentada pela companhia é um passo na direção da criação de humanoides – robôs que são meio humanos e meio tecnologia de ponta. Por enquanto, em formato bidimensional, Iara conversa com os convidados por uma tela de led. Os destaques são a capacidade interativa do software e a linguagem espontânea e natural.
O modelo apresentado foi gerenciado em nuvem, mas pode ser ajustado a qualquer contexto. Iara foi treinada para conversar com as pessoas e não se limitar a parâmetros. Isso significa que, se alguém pedir a ela uma informação que não possui, como, por exemplo, recomendar um restaurante, a IA pode dizer que não foi treinada para isso, mas ainda assim dará uma resposta.
Durante a apresentação do projeto, ela respondeu perguntas sobre o estúdio e sobre os principais usos da Inteligência Artificial para as pessoas neste momento.
Concentração e foco
Em parceria com a Mendi Hub, focada em solução de desenvolvimento da inteligência emocional das organizações, a Accenture desenvolveu um dispositivo que auxilia no foco e na concentração.
Batizado de Mendi, o aparelho é colocado sobre a testa, onde fica o neocórtex pré-frontal, associado às capacidades de concentração e foco. De olho em uma bolinha na tela de um tablet ou celular, por um tempo determinado, a cada período de concentração, o indivíduo recebe, visualmente, uma estrelinha acompanhada de um estalo sutil. O som é a estratégia de reforço operante, que ensina o cérebro a criar novos hábitos, reforçando conquistas positivas.
A Mendi possui biossensores que medem a oxigenação do neocórtex e correlaciona a atenção e o foco do usuário do dispositivo. Ao final da sessão, o aparelho informa o tempo em que a pessoa permaneceu concentrada, o aumento da utilização dessa área do cérebro a partir da calibração feita no aparelho e uma pontuação.
Individualmente, é possível utilizar o aparelho para ensinar o cérebro a trabalhar melhor, por exemplo. Em equipes, com dados anônimos, é possível perceber o nível de estresse ou ansiedade pelo índice geral de desconcentração, baixa produção de atividade do neocortex e baixo score. Dessa forma, a Mendi auxilia líderes e gestores a compreender o cenário de bem-estar de suas equipes e oferecer ferramentas para que os colaboradores lidem melhor com os momentos desafiadores nas empresas.
Na visão da Accenture, as habilidades emocionais são as competências do futuro e o diferencial para quem quiser se manter relevante e atualizado no mercado de trabalho, pois estão associadas à qualidade de adaptação, aprender a aprender e de conseguir viver bem em um mundo em constante mudança.
Pilotando uma Lamborghini
Com muita tecnologia investida, a empresa tornou possível dirigir uma Lamborghini até por quem não tem carta. Em uma cadeira confortável e com óculos de realidade aumentada, é possível se sentir no comando de um dos carros de luxo mais desejados e treinar a direção com ele.
Apresentado por Daniel Franulovic, líder de Metaverso para a América Latina, o projeto foi desenvolvido para equipes de corrida de alta performance. A tela externa permite a qualquer pessoa acompanhar o desempenho do piloto, sugerir melhorias e ajustes, inclusive, embasando-se nos resultados oferecidos pelo próprio dispositivo.
Fora das pistas, o protótipo por ser utilizado no treinamento de novos motoristas ou reeducação de condutores. Segundo Franulovic, ainda abre caminho para carros de direção autônoma.