17/09/09 10h01

Accenture abre centro de serviços

Valor Econômico

O britânico Mark Pearson, líder global da área de cadeia de abastecimento da multinacional Accenture, está animado com as perspectivas do negócio no Brasil e no mercado latino-americano. "Há mais inovação e desenvolvimento em curso no 'supply chain' na América Latina do que em qualquer outro lugar do mundo", diz Pearson. O "supply chain" ou cadeia de suprimento envolve atividades que vão da compra de insumos até a entrega do produto ao cliente, incluindo o pós-venda. É uma forma de planejamento e de controle dos fluxos financeiros, de serviços e de mercadorias.

Considerado pela Accenture um mercado prioritário entre os países emergentes, o Brasil foi escolhido pela empresa para receber um centro de excelência em planejamento na área de cadeia de suprimento para a América Latina. A Accenture, empresa com atuação nos segmentos de consultoria, tecnologia e terceirização, já tem um centro como esse em operação em Barcelona, na Espanha, desde o início da década. Mais de 100 pessoas trabalham na unidade. A empresa desenvolve o mesmo conceito de centros de excelência na Índia e na China.

Os centros de excelência da Accenture reúnem profissionais que compartilham conhecimento em diferentes áreas para desenvolver produtos sob medida para os clientes. Os centros permitem reduzir riscos e prazos na implementação de projetos na área de cadeia de suprimento, diz Pearson. Os centros combinam a experiência dos profissionais com ferramentas de tecnologia da informação. O centro brasileiro está situado em São Paulo e emprega 50 pessoas. Parte dos profissionais trabalha no centro e outra parcela atua em campo, nos clientes. São pessoas com experiência em indústria, tecnologia e "supply chain". A empresa informou que o centro, em São Paulo, começou a operar oficialmente este mês.

Pearson afirma que os centros de excelência da Accenture têm o objetivo de acelerar a forma como a empresa pode agregar valor aos seus clientes. "Com os centros, conseguimos acelerar entre 35% e 40% a velocidade de implementação de projetos na cadeia de abastecimento", diz Pearson. Segundo ele, em grandes multinacionais europeias o custo de implantar um sistema de cadeia de suprimento global varia de US$ 10 milhões a US$ 20 milhões. Se o projeto for concluído 35% a 40% mais rapidamente, se obtém uma redução entre 15% e 20% no custo. É uma economia potencial entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões, tomando-se por base projeto de US$ 20 milhões.

Eduardo Cunha, responsável pela área de "supply chain" da Accenture na América Latina, diz que o planejamento é uma das etapas da cadeia de abastecimento. As outras atividades envolvidas são compras, criação do produto, manufatura, distribuição e gestão de serviços (pós-venda). Cunha afirma que no momento já há cinco projetos sendo desenvolvidos de forma simultânea no centro da Accenture em São Paulo nas áreas automotiva e de varejo, produtos de consumo e recursos naturais. Segundo ele, a criação do centro demonstra que o Brasil é um mercado maduro e competitivo. Ele prevê que o centro brasileiro pode se transformar no futuro próximo em uma base de exportação de serviços. Em um primeiro momento, o centro deve atender clientes do Brasil e da América Latina.