13/11/23 13h59

Absolar fecha parceria estratégica com franceses para fortalecer a transição energética

Ipesi

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) assinou um acordo de cooperação com o SER, o Sindicato das Energias Renováveis da França, para reforçar o desenvolvimento dos mercados fotovoltaicos nos dois países, com o aumento de investimentos e criação de novas oportunidades de negócios. E, de quebra, ajudar a combater as mudanças climáticas.

A parceria, de cunho estratégico, também pretende promover o desenvolvimentoe uso de tecnologias “paralelas”, como a do hidrogênio verde, e expandir microrredes eminirredesde geração de eletricidade em bases renováveis.O acordo visa ainda fomentar o intercâmbio tecnológico e o comércio “verde” entre Brasil e França, gerando emprego e renda.

De acordo com Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, o convênio com os franceses justifica-se devido ao mercado de energia solar naquele país ser um dos mais robustos da Europa, e a França um país que é uma referência tecnológica mundial em energias renováveis.

“Além do mais, a França é, de longa data, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, mantendo aqui, inclusive, inúmeras empresas e investimentos nos setores de energia renovável e eletricidade”, Sauaia. “O Brasil e a França também possuem fortes afinidades culturais e históricas, que certamente ajudarão a catalisar a troca de experiências, melhores práticas e recomendações entre os dois países”.

Segundo o executivo da Absolar, não será a primeira vez que Brasil e França montam uma parceria no setor energético, tendo acumulado uma forte experiência compartilhada em energia hidrelétrica, por exemplo. E nada mais natural, portanto, do que passar a compartilhar também os conhecimentos sobre as novas modalidades de energia, como a solar e a de hidrogênio.

As duas associações têm atuação marcante nos respectivos países. Fundada em 2013, a Absolar reúne todos os elos da cadeia de valor da fonte solar fotovoltaica e demais tecnologias limpas, incluindo armazenamento de energia elétrica e hidrogênio verde. Com associados nacionais e internacionais, de todos os portes, a entidade é também fonte de informação e articulação em prol da transição energética sustentável do Brasil.

Já o SER (em francês, Syndicat Des Énergies Renouvelables) foi criado em 1993 para promover os interesses dos industriais e profissionais do setor junto de autoridades públicas, parlamento e todos os órgãos responsáveis ​​pela energia, indústria, emprego, meio ambiente e pesquisa.

A entidade agrupa direta e indiretamente milhares de industriais, empresas, centros de P&D de todos os canais de energia renovável: biocombustíveis, biomassa, madeira, biogás, energia marinha renovável, energia eólica, energia geotérmica, hidreletricidade, bombas de calor, energia solar fotovoltaica, térmica e concentrada.

Mercados em alta

Em visível expansão, o mercado francês de energia solar é atendido pela energia solar fotovoltaica, energia solar concentrada e implantação fotovoltaica em telhados e no solo. Em 2022, a capacidade instalada de energia solar fotovoltaica da França representou mais de 17,41 GW, com mais de 26% de participação no mix total de energias renováveis.

Espera-se que o tamanho do mercado de energia solar da França cresça para 39,11 GW até 2028, e para mais de 100 GW até 2050. Em termos globais de fontes energéticas verdes, a França pretende produzir 33% da sua energia total a partir de fontes renováveis, especialmente energia solar, até 2030.

Por seu turno, no Brasil, a geração de energia solar acaba de ultrapassar a marca de 24 GW de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, com mais de 3,1 milhões de unidades consumidoras atendidas pela tecnologia fotovoltaica.

Segundo mapeamento da Absolar, o país possui mais de 2,1 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Desde 2012, foram R$ 121 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 720,7 mil empregos acumulados no período, espalhados por todas as regiões do Brasil, e representando uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 30,8 bilhões.

A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.539 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os três estados líderes em potência instalada são, pela ordem, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

E ainda há muito espaço para crescer, já que o Brasil possui cerca de 91,7 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica, muitas das quais podem migrar com rapidez para a modalidade fotovoltaica.

“Devemos seguir o exemplo dos países mais desenvolvidos nesta área, em especial a Austrália, que, com boas políticas públicas, tornou-se referência global no uso da energia solar em residências e empresas, com cerca de 30% das unidades consumidoras naquele país atendidas por sistemas fotovoltaicos”, diz Sauaia. “O crescimento da geração solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos”. 

 

Fonte: https://ipesi.com.br/absolar-fecha-parceria-estrategica-com-franceses-para-fortalecer-a-transicao-energetica/