21/06/10 11h06

Abiquim eleva projeção de investimentos do setor

Valor Econômico

A Associação Brasileira da Indústria Química reviu para cima os potenciais investimentos que poderão ser feitos pelas companhias químicas e petroquímicas até 2020. Nelson Pereira dos Reis, presidente-executivo da entidade, acredita que os aportes poderão chegar a US$ 167 bilhões.

Esse levantamento faz parte do Pacto Nacional da Indústria Química, que já tinha sido apresentado no fim do ano passado, e que previa US$ 130 bilhões de investimentos. Na sexta-feira, com os dados revisados, a partir do maior crescimento da economia, a Abiquim entregou o documento ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A exemplo da cadeia de plásticos, que deverá receber recursos do banco de R$ 700 milhões (US$ 389 milhões) para fomentar projetos, Reis quer estender esses desembolsos para outros setores da cadeia."O objetivo não é substituição clássica de importação, mas criar oportunidades de investimentos para a produção local", disse. Segundo Reis, o déficit da cadeia esse ano poderá superar 2009, que ficou em torno de US$ 16 bilhões.

Reis acredita que os recursos do BNDES poderão incentivar inovações ao setor. "Esse setor é muito dinâmico." Entre hoje e quinta-feira, a cadeia deverá discutir tendências desse mercado na Feira Internacional dos Fornecedores da Indústria Química e Petroquímica, que será realizada em São Paulo.

O plano de investimento do setor não será necessariamente colocado em prática na íntegra, uma vez que depende de fatores macroeconômicos e conjuntura favorável à cadeia. Mas considerando taxa de crescimento médio do PIB de 4% ao ano, seriam necessários aportes de US$ 87 bilhões no aumento da capacidade de produção; outros US$ 45 bilhões para eliminação do déficit comercial da cadeia, US$ 20 bilhões no desenvolvimento de uma indústria de base renovável, o que poderia fazer do Brasil o líder mundial em química verde, e US$ 15 bilhões para agregar valor e conteúdo às matérias-primas extraídas do pré-sal.