ABIPTI defende investimento em P&D e união nacional pela inovação para Brasil superar crise

A palavra de ordem do Governo Federal é economizar e cortar gastos para tentar recuperar as contas públicas do País. Investir nessa fase atual é correr riscos por não haver muito espaço para perdas econômicas. No entanto, a alocação de recursos na área de CT&I tem se mostrado um bom caminho. Exemplo disso vem de esforços do próprio Governo. A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que tem como objetivo estimular o setor industrial a inovar mais e com maior intensidade tecnológica, aportou pouco mais de R$ 1 bilhão em projetos e teve como retorno algo próximo a R$ 4 bilhões.

Os resultados importantes da Embrapii não apenas empolgaram como também estimularam o MCTI a começar uma campanha mais sólida para incentivar empresas de todos os portes sobre a importância da inovação. Na mesma linha de raciocínio está o vice-presidente pela Região Sul da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (ABIPTI), Luís Fernando Vianna. O dirigente, que preside os Institutos Lactec, acredita que um dos caminhos para a saída da crise é o forte investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

“É um momento muito importante para a ABIPTI. Estamos em meio a uma crise nacional onde os institutos de pesquisa e as empresas devem continuar investindoem pesquisa. Projetosde P&D são normalmente situações que duram de médio a longo prazo. Investir agora trará retornos em dois ou três anos para o País, quando certamente estaremos em um cenário mais favorável”, afirmou Vianna.

O dirigente enfatizou ainda que a aplicação de recursos não pode ser considerado como despesa e sim investimento. “Temos exemplos de países que colocaram muito dinheiro no setor em momentos de crises e agora estão colhendo estes frutos”.

Parcerias

Os esforços para promoção da inovação não estão apenas no escopo de trabalhos do MCTI. Sob a liderança da ABIPTI, antigas alianças estão sendo reafirmadas e possíveis novos colabores estão surgindo para auxiliar o ministério na propagação dos esforços para o desenvolvimento científico e tecnológico. Nesta quarta-feira (26/08), Luís Fernando Vianna mediou o encontro da associação com uma comitiva sergipana capitaneadas por representantes do Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado do Sergipe (ITPS) e do Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) para debater possíveis cooperações.

“A reunião de hoje foi muito importante para aproximar nossos associados e possíveis parceiros no entendimento amplo de fortalecimento da área de tecnologia e inovação do Brasil”, disse Vianna.

Na visão de Leo Araújo, diretor presidente do ITPS - entidade sócia-fundadora da ABIPTI -, o encontro foi estratégico para reafirmar uma parceria duradoura e abrir novas possibilidades de trabalhos colaborativos. “A ABIPTI nos fornece capilaridade em nível nacional. Isto é, nossos trabalhos poderão estar mais próximos do restante do País. A importância disso está além do fator de crescimento do ITPS. Este tipo de situação fortalece todo o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCT)”, pontuou Araújo.

Na opinião do diretor técnico do SergipeTec, Anderson Góis, a aproximação com a ABIPTI poderá trazer muitos frutos para o estado de Sergipe. “Hoje, nós estamos em um nicho de mercado mais centralizadoem Sergipe. Temosempresas locais que trabalham em nível nacional, mas podemos agora fazer o caminho inverso e atrair empresas de nível nacional e até internacional. A parceria com ABIPTI certamente, no futuro, poderá nos auxiliar com o crescimento e possibilitará que o nosso estado dê um salto significativo no trabalho de tecnologia”, previu Góis.

A reunião entre os representantes dessas entidades ocorreu na manhã desta quarta-feira (26/08), na sede da ABIPTI, em Brasília (DF).