19/09/16 15h27

ABDI dá o primeiro passo para a Conexão Startup-Indústria

ABDI

Em reunião na noite da quinta-feira (15) com um grupo de especialistas, empresários, representantes de entidades associativas de startups e da indústria, além de grandes players do setor, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, confirmou que a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) será a coordenadora do Programa Nacional de Conexão Startup-Indústria.

“O futuro do Brasil passa pela inovação. Todos os países desenvolvidos já avançaram neste tema e estão na nossa frente. E este é o pontapé inicial de um grande projeto para o país”, destacou Marcos Pereira, ao frisar que a ABDI foi reestruturada e deverá conduzir projetos de políticas públicas com maior relevância, voltados à geração de resultados.

O presidente da ABDI, Guto Ferreira, adiantou que já foram destinados R$ 10 milhões para a execução imediata do programa. “Estamos realmente muito confiantes na construção da confiança entre as startups e a indústria. Esse programa tem o mérito de reconhecer a importância dos empreendedores nacionais. Não podemos perder mais ‘cérebros’. Precisamos aumentar a competitividade e valorizar soluções tecnológicas desenvolvidas dentro de casa”, frisou o presidente, ao informar que já procurou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para retomar as linhas de financiamento para o setor.

A gerente de Inovação da ABDI, Elisa Carlos Pereira, responsável pela concepção e execução do programa, explicou que o Conexão Startup-Indústria poderá contribuir para o nascimento de uma nova indústria. “A premissa da ABDI é gerar, a partir dessa primeira etapa de construção do Programa, uma discussão colaborativa e contínua que envolva os players do ecossistema de startups e da indústria. Para isso, escolhemos uma metodologia ágil e com discussões aprofundadas entre os dois lados para gerar valor”, explicou Elisa.

Laboratório de Modelagem

Ao longo de toda a quinta-feira (15), mais de 40 profissionais, entre especialistas, representantes de entidades associativas e players da indústria e das startups estiveram reunidos na sede da ABDI, no Laboratório de Modelagem, com o objetivo de discutir, repensar e validar propostas para o programa Conexão Startup-Indústria.

Também foram discutidas metodologias e ações ágeis e responsivas que contribuam para a aproximação dos dois setores. ”Precisamos ter em mente que a solução de uma startup pode atender integralmente a demanda de uma indústria. E que a inovação da indústria passa, necessariamente, pela capacidade de criação das startups. O desafio é promover esse ‘casamento’”, destacou o presidente da ABDI, na abertura do Laboratório.

As ideias e proposições – conduzidas em cinco mesas de discussões com mediação – servirão como alicerce para a elaboração do Programa Nacional de Conexão Startup-Indústria, que nasce do movimento de cocriação e da colaboração dos principais players do mercado. “Este será o primeiro dentre uma série de encontros e ações de validações. A proposta é gerar valor, de uma forma colaborativa e contínua”, ressaltou a gerente de Inovação, Elisa Carlos Pereira.

Renato Valente, country manager da Wayra, a aceleradora do Grupo espanhol Telefónica (dono da marca Vivo), afirmou que apoiará o programa. "Iniciativas como essa são fundamentais para alavancar startups no mercado e ao mesmo tempo modernizar o setor. Sabemos que muitas empresas têm dificuldade de inovar e a indústria por vezes é ainda mais desafiada a fazê-lo”, afirmou.

O representante da Associação Brasileira das Startups, João Marinheiro, falou do potencial do programa. “O Conexão Startup-Indústria é inédito e tem tudo para lograr êxito. Não queremos somente fazer negócio, queremos servir a pátria, e este é o caminho”, disse.

Participaram das atividades representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Embraer, além de diversas aceleradoras de startups, como Endeavor, Wayra, Techstar, Dínamo, Startup Brasil, Softex, Virtual Cae, entre outras.