07/11/10 15h23

A onda dos tablets chega ao Brasil

O Estado de S. Paulo

O iPad é um equipamento que mudou o jogo. Mesmo sem fazer chamadas, apagou a divisão entre os mercados de celulares inteligentes e computadores portáteis. A Apple faz mistério sobre o lançamento do equipamento no País, mas o mercado torce para que seja ainda este ano. Faz uns meses que o iPad foi homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com sua tela grande sensível ao toque, o iPad definiu uma nova categoria de produtos, e os concorrentes começam a chegar ao mercado. Por enquanto, a Samsung foi a única a anunciar o lançamento de seu tablet, chamado Galaxy Tab, no País. Ele vai se juntar a algumas dezenas de milhares de iPads trazidos do exterior por brasileiros.

"Já começamos a produção no Brasil", disse Hamilton Yoshida, diretor da Samsung. A empresa está fabricando o produto em sua fábrica de Campinas. Com tela de sete polegadas, o modelo lançado por aqui tem recepção de TV analógica e digital, recurso que não está presente nos tablets de outros fabricantes. O preço sugerido é de R$ 2.699 (US$ 1587,6). A Samsung planeja vender 1 milhão de tablets no mundo até o fim do ano, segundo o Financial Times. Shin Jong-kyun, presidente da divisão móvel da Samsung, disse ao jornal britânico que a empresa prepara dispositivos com diversos tamanhos de tela, "entre sete e dez polegadas e até maiores". No terceiro trimestre, a Apple anunciou vendas de 4,2 milhões de iPads, que tem tela de 9,7 polegadas.

As operadoras brasileiras de celular esperam ter, até o fim do ano, pelo menos o Galaxy Tab e o iPad para oferecer a seus clientes. Novos modelos devem chegar no começo do ano que vem. A Huawei e a ZTE, fabricantes chinesas de equipamentos de telecomunicações, negociam trazer para o País os seus tablets, que estão em processo de homologação na Anatel. A Dell, fabricante americana de computadores, deve apresentar o seu aparelho ao mercado local na terça-feira, em evento com a presença de Steven Felice, presidente global da companhia para consumidor final e pequenas e médias empresas. A concorrente HP anunciou um tablet nos Estados Unidos, ainda sem previsão de chegar ao Brasil. A brasileira Positivo Informática também prepara o seu modelo. Os tablets devem competir principalmente com os netbooks, computadores portáteis de baixo custo. "O grande desafio é cair rápido de preço, para a faixa de R$ 800 a R$ 1 mil (US$ 470,6 a US$ 588,2)", disse Roberto Guenzburger, diretor de segmentos da Oi. "Isso já deve acontecer no segundo trimestre do próximo ano."