07/04/10 15h01

A GE quer fazer 90 anos em dois

O Estado de S. Paulo

A subsidiária brasileira da gigante americana GE levou nove décadas para chegar à casa dos US$ 3 bilhões de faturamento no País. E, se depender dos planos do QG da companhia no Brasil, a empresa deverá dobrar de tamanho em apenas dois anos. "Nosso compromisso com a matriz é terminar 2011 com uma receita de pelo menos US$ 6 bilhões", diz João Geraldo Ferreira, CEO da GE. Há três anos no posto, Ferreira, 45, executivo formado na Procter & Gamble, já pode, por enquanto, saborear uma conquista da subsidiária: desde 2008, quando suplantou a do México, a operação brasileira é a principal da GE na América Latina.

Para Ferreira, há grandes oportunidades em todas as áreas de negócios da GE. No entanto, as maiores expectativas se dão na divisão de infraestrutura, em especial nas atividades relacionadas à exploração de óleo e gás, em função do Pré-Sal, além das abrangidas pelas obras do PAC, como saneamento básico. Outra atividade promissora é a manutenção de turbinas de aviões, a primeira área da empresa a atingir um faturamento de US$ 1 bilhão no País. Com mil funcionários, 90% de sua receita é proveniente de clientes estrangeiros, como a Fedex, KLM e LAN Chile, entre outros. "Além disso, firmamos um acordo de US$ 1 bilhão para a manutenção das aeronaves da Azul nos próximos 15 anos", diz.

A menina dos olhos de Ferreira e de seus colegas de diretoria, porém, atende por GRC, sigla em inglês para Global Research Center. Trata-se de um Centro de Pesquisa (o quinto da GE no mundo), que será instalado no Brasil, na região Sudeste. "Queremos transformar o GRC num instrumento de soluções para os clientes no Brasil, na América Latina e mais tarde no mundo", diz Ferreira. Com investimentos que podem chegar a US$ 150 milhões, o GRC, que deverá empregar cerca de 200 PhDs, foi anunciado pelo CEO Jeff Immelt no começo do ano. "Um centro de pesquisa não está vinculado a resultados imediatos", diz Ferreira. "É o melhor exemplo do compromisso estratégico da empresa com o País."