25/04/08 10h42

A Ford surpreende e volta a dar lucro

O Estado de S. Paulo - 25/04/2008

A Ford obteve no primeiro trimestre do ano lucro de US$ 100 milhões, resultado inesperado pelos analistas do mercado automobilístico. Em igual período de 2007, a companhia teve prejuízo de US$ 282 milhões. 'Os resultados deste primeiro trimestre são promissores e, particularmente, nosso rendimento foi excepcional na Europa e na América do Sul', declarou ontem o executivo-chefe do grupo, Alan Mulally. Na América do Sul, região em que o Brasil responde por 60% a 70% dos negócios, a Ford alcançou lucro, antes de impostos, de US$ 257 milhões. A empresa opera no azul na região desde 2004. Na Europa, os ganhos foram de US$ 739 milhões. Na Ásia/Pacífico e África o lucro atingiu US$ 1 bilhão, comparado a prejuízos de US$ 26 milhões nos primeiros três meses de 2007. Já as perdas na América do Norte também diminuíram de US$ 613 milhões há um ano para US$ 45 milhões. 'Este é o 17º trimestre de lucro consecutivo da Ford na América do Sul', lembrou Marcos de Oliveira, presidente da Ford do Brasil e Mercosul. 'Estes resultados refletem o acerto de nossa estratégia de complementaridade entre fábricas na região'. Oliveira disse ainda que o desempenho demonstra que a marca tem 'acertado no lançamento de produtos desejados pelo consumidor, com uma ótima aceitação em todos os segmentos, desde compactos, como o Novo Ka e o Fiesta, até os comerciais, como o Cargo'. Foi o melhor resultado para um primeiro trimestre na América do Sul, que tem o Brasil como maior mercado, mas o resultado é inferior ao obtido nos últimos dois trimestres. No período de julho/agosto/setembro de 2007, a marca obteve ganhos de US$ 386 milhões e, em outubro/novembro e dezembro, de US$ 418 milhões, o melhor da história. No Brasil, a Ford é a quarta maior montadora e vendeu, de janeiro a março, 61 mil veículos, 2,8% a mais que no mesmo período de 2007. O mercado total brasileiro apresentou crescimento de 31,4% nas vendas, para cerca de 648 mil veículos. A Ford tem hoje uma participação de 9,4% no mercado brasileiro, ante média de 11% a 12% mantida anteriormente. A empresa enfrenta dificuldades na linha de produção da fábrica da Bahia, a mais moderna do grupo, que opera no limite da capacidade.