13/04/10 10h09

93,8% das indústrias devem investir

O Estado de S. Paulo

A retomada dos projetos de investimento é generalizada entre praticamente todos os setores da indústria de transformação, exceto exportadores. O número de empresas que pretendem investir em 2010 subiu de 85,1%do total no ano passado para 93,8%, segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que ouviu 1.232 empresas em todo o País.

A Braskem, gigante brasileira do setor petroquímico, vai aumentar em 33% os investimentos este ano, de R$ 900 milhões (US$ 456,8 milhões) em 2009 para R$ 1,2 bilhão (US$ 666,7 milhões). "O mercado brasileiro vem respondendo bem desde o segundo semestre do ano passado", diz o vice-presidente de relações institucionais e desenvolvimento sustentável da Braskem, Marcelo Lira.

Animada com o impulso da construção civil, a multinacional brasileira Tigre, líder no segmento de tubos, conexões e acessórios em PVC no País, decidiu investir R$ 200 milhões (US$ 111,1 milhões)  na ampliação da capacidade produtiva e em pesquisa e desenvolvimento. Em 2009, os investimentos foram de R$ 150 milhões (US$ 76,1 milhões). Segundo o presidente do grupo Tigre, Evaldo Dreher, o aumento da capacidade será de 20%, equivalente a um acréscimo de 30 mil toneladas na produção anual. A capacidade atual é da 300 mil toneladas por ano. Com fábricas no Brasil e mais oito países, a Tigre pretende contratar 300 pessoas, a maioria para fábricas no País. Hoje, a empresa emprega 6,2 mil trabalhadores, dos quais 4,8 mil no Brasil.

Com o mercado interno em alta e as importações em baixa, graças à tarifa antidumping (concorrência desleal) aplicada pelo governo sobre calçados chineses, a Vulcabrás planeja investir cerca de R$ 160 milhões (US$ 88,9 milhões) em 2010. Em 2009, com a crise, os aportes limitaram-se a R$ 50 milhões (US$ 25,4 milhões) em projetos de inovação. Os investimentos neste ano deverão garantir aumento de 30% na produção, além de abrir mais de 8 mil vagas. Hoje, a Vulcabrás emprega 41 mil pessoas. "Terminamos o primeiro trimestre, que tradicionalmente é um período fraco para o setor, com estoques de produtos acabados para dez dias. No ano passado, esse número estava em 60 dias", diz o presidente da Vulcabrás, Milton Cardoso.