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85% da indústria opera acima da média dos últimos dois anos

Valor Econômico - 30/10/2007

Em agosto, metade dos 24 setores industriais pesquisados mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou recorde de produção e atingiu o maior nível mensal dos últimos cinco anos, quando começou a atual série industrial do instituto. Além destes recordes históricos, outra pesquisa, a sondagem industrial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), tem mostrado índices elevados de utilização da capacidade instalada. Em julho (último dado trimestral disponível), 12 de 14 setores - mais de 85% do total - estavam com o menor nível de ociosidade dos últimos oito trimestres (dois anos). A capacidade instalada na indústria (Nuci) e o ritmo médio de produção da maioria dos setores está, de fato, em níveis elevados, reconhecem diferentes economistas que acompanham o nível de atividade. Mesmo assim, a situação atual ainda não sugere que a economia brasileira vá enfrentar, no curto prazo, pressões inflacionárias preocupantes. A evolução da inflação de preços industriais - 3% nos últimos 12 meses - ajuda a compor esse quadro de tranqüilidade. Mas principal razão está na maturação dos investimentos feitos nos últimos dois anos e a perspectiva de que eles continuem a maturar nos próximos meses devem ser suficientes para que a capacidade produtiva das empresas se amplie e evite pressões de demanda. Na indústria de transformação, a capacidade instalada em julho atingiu 85%, de acordo com a série livre de influências sazonais da FGV. É um número 1,5 ponto acima da média de 83,5% dos últimos oito trimestres - e que se manteve no mesmo patamar de abril. Hoje a FGV divulga os dados de outubro.