23/12/10 11h18

3M vai pôr US$ 90 milhões para crescer mais no Brasil

Valor Econômico

Com foco no fortalecimento da área de indústria e transportes, a 3M, como é conhecida a multinacional americana Minnesota Mining and Manufacturing, pretende quase dobrar seus investimentos no Brasil no ano que vem. Do montante de US$ 50 milhões aplicados no país ao longo deste ano - que já representou um crescimento de 6% frente à média investida nos últimos cinco anos - os recursos que a multinacional americana vai direcionar a sua subsidiária brasileira deverão alcançar até US$ 90 milhões em 2011. A ideia é impulsionar o crescimento orgânico da multinacional no Brasil, o que passa pela expansão de suas unidades fabris, pela produção de itens que não eram feitos no país e pelas inovações projetadas para os próximos anos.

Mais conhecida por seus produtos de consumo, como as fitas adesivas transparentes, o Durex, os lembretes de escritório, os Post-it e os materiais para limpeza Scotch-Brite, a multinacional ainda tem dificuldades de se fazer ser lembrada no mercado pelo seu amplo portfólio voltado para o setor de saúde, industrial, para a área de telecomunicações, entre outros. No Brasil, a subsidiária tem sete fábricas - cinco em São Paulo, uma no Amazonas e uma no Rio Grande do Sul - e atua com seis diferentes grupos de negócios. A divisão de indústria e transportes hoje representa cerca de 45% do faturamento da companhia no país, enquanto o segmento de consumo e escritório é responsável por apenas 15% de seus resultados. Nos negócios globais, essa proporção é um pouco mais equilibrada, com 30% do faturamento vindo de indústria e transportes e 15% vindo dos bens de consumo.

Com 4 mil funcionários e um faturamento que deverá encerrar este ano no patamar dos R$ 2,3 bilhões (US$ 1,35 bilhão) - avanço de cerca de 15% ante os R$ 2,03 bilhões (US$ 1,19 bilhão) registrados em 2009 -, as operações da 3M no Brasil representam apenas 4% dos resultados globais da multinacional. Mas, o presidente da 3M no Brasil, Michael Vale, lembra que a subsidiária passou da 10ª posição no ranking de vendas da empresa em 2005, para a atual 6ª posição. Com os investimentos que serão injetados no próximo ano, Vale planeja contratar 250 novos profissionais, que irão se somar aos 450 já contratados ao longo de 2010. Para 2011, o executivo estima uma alta entre 12% a 15% no faturamento da empresa no Brasil, enquanto, globalmente, a multinacional vem crescendo na faixa dos 4% a 6% nos últimos anos. A meta global da companhia é alcançar até os 8% nos próximos cinco anos.

A subsidiária quer introduzir no mercado brasileiro também novas capacidades às áreas produtivas brasileiras. Há planos, por exemplo, de começar a fabricar por aqui soluções para a área de óleo e gás, aproveitando o potencial do setor no país. Para isso, a empresa deve dobrar a equipe de inovação em até cinco anos - hoje com 130 pessoas - e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento devem sair dos atuais 3% das vendas no Brasil, para alcançar o patamar próximo aos 6% investidos globalmente, no mesmo período.