28/07/17 14h21

Fundo canadense reforça equipe para ampliar investimento no Brasil

Valor Econômico

Responsável pela gestão de investimentos bilionários do fundo de pensão do governo canadense, o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) está reforçando sua equipe no Brasil. A decisão do fundo está relacionada à percepção de que os investimentos na América Latina ainda estão abaixo do nível que poderiam ter.

Atualmente, o CPPIB tem 3,3% do seu portfólio global - ou 10,3 bilhões de dólares canadenses (US$ 8,23 bilhões) - investidos na região. "Isso é provavelmente abaixo da proporção que a América Latina poderia ter. Por isso é muito possível que aumentemos o tamanho de nosso portfólio. Gostaríamos de ver alguns pontos percentuais acima disso", disse Alain Carrier, responsável pela estratégia de investimentos globais do CPPIB, em recente visita ao escritório de São Paulo. É do Brasil que os recursos para a América Latina são geridos e investidos.

Carrier afirmou que o CPPIB não trabalha com alocações específicas por países, mas disse que a exposição ao Brasil, por ser a maior economia latino-americana, deve "aumentar significativamente".

Para reforçar os investimentos na região, o CPPIB fez algumas contratações neste ano. Egressa da Clarion Partners, Marcela Drigo assumiu a diretoria de investimentos imobiliários. Recém-chegada, Tania Chocolat está à frente dos investimentos em empresas listadas em bolsa ou fechadas, depois de trabalhar no Itaú Unibanco e no Capital Group. Ambas, estão subordinadas a Rodolfo Spielman, diretor responsável pela América Latina.

A chegada do fundo canadense ao Brasil é recente, de 2014. Apenas 16,5% dos ativos do CPPIB estão hoje aplicados no Canadá. Em busca de retorno para pagar a aposentadoria de 20 milhões de canadenses no futuro, o fundo tem total liberdade em termos de ativos e geografia para aplicar seus recursos. Para cumprir seus compromissos com os contribuintes, o CPPIB precisa gerar um retorno médio de 3,9% nos próximos 75 anos.

Entre os investimentos do CPPIB no Brasil estão participações na Global Logistic Properties, na Cyrela Commercial Properties, na Aliansce Shopping Centers e na Prologis (logística). Além disso, a gestora tem capital comprometido em fundos das gestoras SPX, Squadra e Pátria.

Neste ano, o fundo chegou a avaliar a entrada no capital da XP Investimentos, mas os controladores da plataforma de investimentos pessoais acabou fechando o negócio com o Itaú Unibanco, que adquiriu 49,9% da XP por R$ 6,3 bilhões.